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Ainda neste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deve
colocar em prática uma nova ação de controle do Aedes aegypti em Fortaleza.
Além dos métodos já conhecidos de combate, o órgão passará a utilizar pastilhas
com larvicida de origem natural para eliminar as larvas do mosquito presentes
em recipientes de armazenamento de água nos imóveis visitados por agentes de
endemias. Já implantada em outros estados brasileiros, como São Paulo e Minas
Gerais, a estratégia será adotada, em fase de testes, nos bairros da Regional
VI, que possuem os maiores números de casos registrados de dengue e outras
doenças transmitidas pelo vetor na cidade.
De acordo com a SMS, o processo de aquisição das pastilhas
deve ser concluído nas próximas semanas e a previsão é que elas comecem a ser
utilizadas no segundo semestre deste ano. Conforme informações da Central de
Licitações da Prefeitura, foram solicitadas, pelo menos, 40.000 unidades do
produto.
A assessora técnica do Núcleo de Endemias da SMS, Socorro
Furtado, explica que as pastilhas são produzidas em laboratório a partir da
fermentação de bactérias encontradas na natureza capazes de destruir larvas do
mosquito. Segundo ela, o produto pode ser usado em caixas d'água e qualquer
outro tipo de reservatório de água para uso domiciliar de, no máximo, 200
litros de capacidade. Parte da pastilha se dissolve e começa a agir no momento
em que é depositada no recipiente. A outra parte da substância é liberada
gradativamente. Com isso, cada pastilha chega a funcionar por até 60 dias.
"Quando se trata do controle do Aedes aegypti, temos
que utilizar todas as alternativas que nos são colocadas. Essa ferramenta já
foi utilizada em outros estados com sucesso, e foi justamente com base nessas
experiências que estamos trazendo isso para Fortaleza", explica. "A
pastilha é muito fácil de manusear, porque já vem na quantidade certa que
permite tratar determinado volume de água. Além disso, ela não atua só sobre
larva do Aedes aegypti, mas também sobre larvas das muriçocas e do Aedes
albopictus", acrescenta.
A priori, os produtos serão distribuídos e manuseados apenas
pelos agentes de endemias, durante as visitas casa a casa realizadas
rotineiramente na cidade de Fortaleza. Mas a ideia é que os profissionais
ensinem à população como utilizá-los.
Regiões mais afetadas
Antes de implantar a nova ação em toda a Capital, a SMS
realizará testes em bairros com altos índices de infestação do mosquito e
grande número de ocorrência de dengue, febre chikungunya e febre zika. Seguindo
esses critérios, estão sendo selecionados bairros da Regional VI, a mais
afetada pelas doenças. De acordo com o mais recente boletim epidemiológico da
SMS, divulgado no dia 24 de junho, quatro dos cinco bairros com mais casos de
dengue registrados neste ano estão situados na área. São eles Jangurussu (695),
Messejana (419), Conjunto Palmeiras (288) e Barroso (237).
Socorro Furtado observa que o órgão avaliará os resultados
obtidos na fase de testes para depois expandir a estratégia. "Vamos
trabalhar em determinadas áreas e fazer uma avaliação da resposta, porque esse
é um produto novo nas nossas condições de ambiente e temperatura", afirma.
A assessora técnica destaca, no entanto, que, apesar de ser
uma nova ferramenta, a utilização de pastilhas será acompanhada das ações de rotina
da SMS, principalmente a educação da população sobre os cuidados dentro dos
domicílios. "A educação é a estratégia mais importante. Precisamos que as
pessoas se comprometam a zelar pelo seu ambiente. Se não houver a
responsabilização de cada um pela sua casa, protegendo locais que são possíveis
criadouros, nenhuma ação vai resolver o problema", completa.
por Vanessa Madeira - Repórter
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