“A criação de uma agência central de transporte do gás
natural, uma correlação com o Operador Nacional do Sistema (ONS), seria como
uma coordenação independente que faria o papel de conciliar e maximizar o uso
da infraestrutura, para o maior benefício dos consumidores”, explicou Camargo,
na abertura do Seminário de Gás Natural promovido pelo IBP, no Rio.
A criação do órgão está em estudo no Ministério de Minas e
Energia (MME), em conjunto com o Conselho Nacional de Política Energética
(CNPE) e com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP). Segundo o executivo, as discussões para a criação do novo órgão estatal
ainda estão “longe de uma visão final”, mas integram um conjunto de “bons
sinais” de “novos tempos” no mercado.
“Esse agente é uma coisa nova, uma ideia que está surgindo.
O organismo permite que produtores e consumidores discutam diretamente sobre a
commodity. Esse organismo, junto com sinais econômicos atuais, permitiria a
expansão da infraestrutura”, completou o presidente do IBP.
Camargo afirmou ainda que o setor de gás passa pela maior
“transformação desde a abertura do mercado, na década de 90”. O executivo ainda
destacou que o grande direcionador das mudanças na indústria de gás é o
reposicionamento da Petrobras no setor, a partir de seu plano de
desinvestimentos.
“A indústria de gás sairá desta crise com maior protagonismo
do setor privado, com o fim do monopólio da Petrobras”, indicou o presidente do
IBP. A estatal negocia a venda de terminais e redes de gasodutos em todo o País
e já indicou que não assumirá papel central na renegociação de contratos de
importação de gás da Bolívia.
A perspectiva é que a estatal apresente até setembro o seu
novo Plano de Negócios e Gestão, trazendo as diretrizes e estratégias de
atuação para o setor nos próximos anos. O plano também deve detalhar a
estratégia da companhia para os desinvestimentos em curso.
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