O número de doadores efetivos de órgãos no Brasil subiu de
13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão no segundo trimestre deste
ano, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). “Essa
taxa de doadores efetivos vinha caindo ao longo de 2015, se estabilizou no primeiro
trimestre de 2016 e começou a subir agora, no segundo trimestre deste ano”,
explicou o coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, José Lima
Oliveira Júnior. Hoje existem mais de 30 mil pacientes na fila por transplantes
no País.
Apesar do aumento, o número de doadores efetivos ficou
abaixo do esperado para o período, de 16 por milhão de habitantes, e longe do
considerado ideal. Além disso, os transplantes feitos caíram no segundo
trimestre, assim como o total de potenciais doadores, principalmente nos
Estados mais populosos do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais).
Mesmo com o aumento de doadores, também houve aumento no
número de brasileiros na fila aguardando um órgão. Agora 33.199 aguardam um
transplante. Em números absolutos, a maior fila é para receber córneas e rim,
seguida de fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino.
Melhoria
Segundo Oliveira Júnior, os cinco anos anteriores a 2015
registraram tendência de melhora nos números de potenciais doadores, de
doadores efetivos e de transplantes realizados, com redução da fila de espera.
No ano passado, no entanto, a tendência se reverteu, com piora em todos os
indicadores do setor.
“Basicamente, [houve] uma desorganização do sistema”,
segundo o coordenador, que citou atrasos no pagamento aos hospitais, contratos
desfeitos e não renovados e falta de reajuste dos procedimentos como causas da
piora dos resultados. As consequências, segundo ele, foram a queda no número de
equipes que fazem os procedimentos e a redução da quantidade de transplantes.
Dados
De acordo com os dados da ABTO, Santa Catarina, Paraná e Rio
Grande do Sul têm hoje as melhores taxas de doadores efetivos do país, com de
34,9 por milhão; 26,2 por milhão e 25,2 por milhão, respectivamente.
As taxas mais baixas de doadores efetivos estão no Norte e
Nordeste, onde a taxa de recusa da família para doar os órgãos é mais alta. Por
isso é necessário desfazer alguns mitos sobre a doação de órgãos que levam as
famílias a recusar a possibilidade de transplante diante da morte de um
parente. Levando em consideração a característica de solidariedade dos
brasileiros, o especialista acredita que a taxa de doadores efetivos pode
crescer se houver maior esclarecimento da população.
Da Agência CNM, com informações da Agência Brasil
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