terça-feira, 2 de agosto de 2016

De janeiro a junho, Ceará registra 1.170 casos de picada de escorpião

                                        Os escorpiões saem de lugares úmidos e acham abrigos nas casas, ocasionando as picadas nos humanos

O número de incidentes causados por picadas de animas peçonhentos soma 2.033 casos, este ano, no Ceará. Só em Fortaleza, foram 898 casos. Os dados são referentes ao período de janeiro a junho. Em todo o Estado, 1.170 ocorrências foram provocadas somente por escorpiões. Em 2015, as ocorrências por picada de escorpião chegaram a 2.867. As informações são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

De acordo com o farmacêutico do Centro de Assistência Toxicológica

(Ceatox), Tiago Moura, a incidência de escorpiões na Capital é maior no primeiro semestre do ano, quando ocorre a quadra chuvosa. Segundo ele, os bichos procuram sair de lugares úmidos e acabam achando abrigo nas casas. “O descontrole no alimento deles, que é a barata, também interfere. Quanto mais baratas, maior é o desenvolvimento do escorpião”, explica.


O Ceatox registrou 1.834 picadas por escorpião no primeiro semestre — 334 só em junho. Não existe inseticida para combater escorpiões.


O farmacêutico esclarece ainda que a espécie mais comum no Estado, o escorpião listrado, não é venenosa. Os sintomas da mordida limitam-se ao local da picada. Dor, sensação de dormência e choque são os principais sinais, que podem ser combatidos com analgésicos. “Entretanto, existem situações raras em que a toxina consegue atingir a corrente sanguínea”, contrapõe. Nesses casos, tidos como mais graves, a vítima pode ter falta de ar, aumento de sudorese e pressão arterial, além de probabilidade de vômitos e desmaios, podendo haver convulsão.


Caso os primeiros sintomas surjam, recomenda Tiago, a pessoa deve ir ao Ceatox, que fica no Instituto Doutor José Frota (IJF), na Capital, para tomar antiescorpiônico — soro que combate o veneno do escorpião. “Crianças abaixo de 9 anos e idosos, que são grupos de risco, devem procurar o centro antes mesmo dos indícios aparecerem”, orienta.


O estoque de antiescorpiônico, segundo ele, não corre risco de desabastecimento. Casos mais simples podem ser atendidos em unidades básicas de saúde.


Em 2015, a dona de casa Francineuda Cardoso, 47, foi picada por um escorpião enquanto dormia. Com dores fortes, foi atendida no Ceatox. “Ardia muito, mas passou com a medicação”, diz.


Ocorrências de morte por picadas de escorpião não foram identificados neste ano, diferentemente do ano passado, quando houve quatro óbitos. Mortes por picada de outros animais peçonhentos foram três, neste ano, segundo a Sesa. No ano passado, o número chegou a 12. (Caio Faheina/Especial para O POVO)


Em junho, a Sesa recebeu nota do Ministério da Saúde sobre suspensão na distribuição no Estado de soros antivenenos usados para o tratamento de picadas de cobras. Cerca de 400 doses do soros chegaram à secretaria no último dia 22.


A distribuição de 250 ampolas entre as cinco macrorregiões de saúde do Estado, segundo a Sesa, foi feita até o dia 25, mesmo dia em que se confirmou a morte de um agricultor por picada de cobra em Ubajara, a 329 km de Fortaleza. Antônio Mendes, 64, deveria ter recebido o soro antiofídico, mas estava em falta no hospital da Cidade.


A paralisação do envio de soros ocorreu porque, desde 2013, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exigiu dos laboratórios o cumprimento das normas estabelecidas pelas Boas Práticas de Fabricação, “o que levou à necessidade de adequações e reformas nos parques industriais” e interrupção na produção, conforme o ministério.

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