A atriz Letícia Sabatella foi ao encontro do papa Franscico,
em Roma
A atriz Letícia Sabatella foi ao encontro do papa Franscico,
em Roma (Itália), na última segunda-feira (9), para denunciar o processo de
impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo ela e grupos de
juristas, o Brasil sofre um golpe de estado.
Participou também do encontro a juíza Kenarik Boujikian
Felippe, do Tribunal de Justiça de SP. Elas entregaram ao pontífice uma carta
escrita pelo advogado Marcello Lavenère, autor do pedido de impeachment de
Fernando Collor, em 1992, e membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da
Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). Lavenère, hoje, é um dos
principais críticos do afastamento de Dilma.
“Ele nos ouviu atentamente, nos disse que irá orar pelo povo
brasileiro, que se preocupa com o Brasil. E, perguntado sobre a postura de um
diálogo necessário sobre o nosso ponto de vista, reiterou que o diálogo é sim
uma necessidade para a construção de um mundo melhor para todos”, afirmou
Boujikian Felippe à Rádio França Internacional (RFI). Segundo ela, uma das
fundadoras da Associação de Juízes para a Democracia, o objetivo foi mostrar ao
papa “o lado dos movimentos sociais” na atual crise política.
“Esse clima de intolerância é como uma doença, acho que é
pertinente pedirmos auxílio e levarmos ao papa o que está acontecendo. Existe
uma sombra, um ódio, uma busca pelo bode expiatório que não vai resolver a
situação sistemática do país”, completou a atriz, também em entrevista à RFI.
A carta de Marcello Lavenère, por sua vez, afirma que o
Brasil “se encontra na iminência de sofrer um ‘golpe de estado’” e que o
impeachment de Dilma é “desprovido de fundamento legal”. Outro argumento do
advogado é a questionável articulação política dos parlamentares e partidos da
oposição, muitos envolvidos em investigações de esquemas de corrupção, além da
eminente anulação dos votos de 54 milhões de brasileiros.
“Esta conjuntura tem réplicas em outros países
sul-americanos em que governos com a mesma orientação contrária à visão
neoliberal e em favor de políticas de inclusão foram ou estão na iminência de
serem desestabilizados”, diz o documento, solicitado por João Pedro Stedile,
diretor nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Clique aqui para ler, na íntegra, a carta assinada por
Marcello Lavenère, disponibilizada pelo portal Brasil de Fato.
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