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O Ceará ultrapassou no ano passado a marca de 1,2 milhão de
motocicletas, o que o torna o estado do Nordeste com o maior número de veículos
do tipo, concentrando 21% de toda a frota da região. As informações foram
divulgadas ontem pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), por meio do
Anuário do Transporte 2016.
O relatório registra ainda que entre 2010 e 2015, o número
de motocicletas no Ceará deu um salto de 73%, indo de 706.301 veículos para
1.224.519. Comparando-se com 2002, dado mais antigo trazido pelo documento, o
acréscimo no número de motocicletas nas vias cearenses chega a mais de um milhão
de novos veículos em 13 anos.
Já em relação ao número de automóveis, o Anuário da CNT
também demonstra um aumento significativo. Entre 2010 e 2015, houve um aumento
de 50,5% na frota de carros, o que deixa hoje o Ceará com 1.014.720 veículos
desse segmento trafegando nas ruas.
No total, o Ceará já contabilizava, no ano passado,
2.778.605 veículos, dentre carros, motos, ônibus, caminhões, utilitários e
demais meios de transporte rodoviários.
Aumento
Para o professor do Departamento de Engenharia de Transporte
da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mário Azevedo, a progressão no número
de veículos nos último anos já era um fator esperado. "O aumento da frota
está diretamente ligado à questão econômica. Existe uma intensa campanha
publicitária para a compra desses veículos. Além disso, a economia nos últimos
anos esteve em alta, então as pessoas compraram mais carros e motos",
coloca.
Em relação às motocicletas, o professor afirma que um dos
principais problemas é a falta de condutores capacitados para este tipo de
veículo. "Nós temos muito mais motocicletas do que motociclistas
habilitados. "O que deveríamos ter é uma fiscalização mais intensificada,
para que o modo como esses veículos são utilizados não afete a qualidade do
trânsito".
O professor traz ainda que uma das chaves para evitar que o
alto número de veículos se torne um problema na qualidade do tráfego é
controlar os usos dos veículos pelos condutores.
"Temos cidades no Brasil que têm a frota maior que
Fortaleza, por exemplo. O problema, então, não é o número de veículos, mas a
facilidade em utilizá-los. Uma boa parte da razão dos congestionamentos é o mau
comportamento das pessoas no trânsito", assevera.
O espaço de circulação de carros e motos é outro fator que
pode ser determinante para a tendência ao aumento no número de veículos.
"Nossa malha viária nunca vai ser suficiente, pois quanto mais você
aumentá-la, mais haverá veículos para preenchê-la. É preciso que haja
fiscalização para que o mau uso das vias não causem os congestionamentos",
aponta Azevedo.
por Ranniery Melo - Repórter
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