quarta-feira, 1 de julho de 2020

PIB do Ceará cai 4,65% no primeiro trimestre de 2020


Queda foi puxada pela indústria (-9,8%), mas todos os setores apresentação retração.
Por Ingrid Coelho, G1 CE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará apresentou retração de 4,65% no primeiro trimestre de 2020 na comparação com os últimos três meses de 2019, conforme divulgou na tarde desta terça-feira (30) o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Na comparação com os primeiros três meses de 2019 a queda da atividade cearense foi de 0,4%.

Na avaliação do coordenador de Contas Regionais do Ipece, Nicolino Trompieri, a forte queda na passagem do último trimestre de 2019 para o primeiro trimestre de 2020 -- este último afetado pela pandemia do coronavírus -- também está ligada ao "efeito base".

"A gente teve mais gordura pra queimar. Como a gente tinha essa gordura a mais, a queda foi bem mais significativa [que o resultado do Brasil]".

Na comparação com o quarto trimestre de 2019, todos os setores apresentaram retração. Novamente a maior queda foi na Indústria (-9,8%), seguida pela agropecuária (-9,10%). O setor de serviços apresentou queda de 3,07%.

A principal baixa na comparação com o primeiro trimestre de 2019 foi observada na Indústria, que apresentou baixa de 0,81% no primeiro trimestre de 2020. A Agropecuária foi o único a apresentar resultado positivo: crescimento de 0,66%.

Sobre a Agropecuária, a analista do Ipece Cristina Lima, observa que a atividade no primeiro trimestre é fortemente influenciada pela pecuária. "As atividades relacionadas à produção de leite, ovos e bovinos obtiveram crescimento, embora menos acelerado ante os trimestres anteriores".


Indústria
O analista Wítalo Lima explica que o impacto observado na indústria no período lembra os efeitos sentidos pelo setor durante a greve dos caminhoneiros. "A atividade de transformação é o principal segmento da nossa indústria e ela sente o efeito direto da pandemia, já que o Estado interrompeu a produção. É diferente do comércio, que pôde operar por meio de delivery. A indústria não tem essa característica".

Em relação ao setor se Serviços, o também analista do instituto, Alexsander Lira, destaca que o resultado negativo do comércio é explicado, em parte, pelas medidas restritivas adotadas, mas também por já estar apresentando problemas nos primeiros dois meses do ano.

"A gente não pode esquecer que em março foi realmente uma queda expressiva, apenas o segmento de alimentos apresentou resultado positivo na última Pesquisa Mensal do Comércio", pontua. "O comércio representa em torno de 20% do setor de Serviços, então ele é o fator determinante da queda observada no trimestre", analisa Alexsandre. A atividade do comércio apresentou queda de 1,14% no período ante o primeiro trimestre de 2019.


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