Antônio Irismar Linhares dos Santos, de 48 anos, estava
planejando visitar sua família em Crateús, sua cidade natal, no mês de
dezembro. Dono dos animais fugiu após o ocorrido. Polícia investiga o caso.
Por Antonio Rodrigues, G1 CE
Um cearense morreu na sexta-feira (17) em São Paulo após ser
atropelado por dois cachorros e bater a cabeça no chão enquanto caminhava na
calçada. O pedreiro Antônio Irismar Linhares dos Santos, 48 era natural de
Crateús (CE) e morava na capital paulista havia 30 anos.
Ele chegou a ficar internado em coma induzido e teve morte
cerebral confirmada dois dia após o ocorrido. Segundo Mariana Linhares, filha
de Irismar, ele planejava visitar sua terra natal em dezembro deste ano.
Na quarta-feira (15), dois dias antes de falecer, cães que
corriam em uma calçada bateram nas pernas de Antônio, que saía de casa para
comprar uma refeição. Câmeras de segurança mostram o momento em que ele cai e
sente uma pancada na cabeça.
“Quando me falaram que ele caiu, achei que teria sido de um
andaime, já que ele é pedreiro. Só fui entender quando me mandaram um vídeo da
queda”, conta a filha, Mariana Linhares, de 22 anos.
Cearense morre após bater a cabeça no chão depois de sido
atropelado por cães em São Paulo — Foto: Reprodução
Cearense morre após bater a cabeça no chão depois de sido
atropelado por cães em São Paulo — Foto: Reprodução
Após a queda, o cearense desmaiou e ficou desacordado por
cinco minutos. Depois disso, voltou à consciência, se levantou, sentou na
calçada e pediu para ser levado ao médico porque sentia muitas dores. “Na
triagem ele já estava passando mal, vomitando sangue”, conta Mariana.
Horas depois, Antônio já estava confuso, sem reconhecer as
pessoas, sonolento e com dificuldades para respirar, conta a filha. Na unidade
de saúde, foi induzido ao coma; ainda no dia do acidente, o cérebro já não
respondia. Ele sofreu um trauma cranioencefálico e uma fratura na coluna
cervical.
Após a morte cerebral confirmada, os aparelhos foram
desligados na quinta-feira e, mesmo assim, os órgãos de Antônio permaneceram
funcionando por mais 24 horas. “Ele ficou lutando sozinho”, acredita a filha.
Saudade de casa
Seu irmão mais novo, Mardonio Linhares, conta que o pedreiro
estava ansioso pela chegada do fim do ano para poder rever seus familiares em
Crateús, onde não pisava há 16 anos. A ideia inicial era que a viagem
acontecesse neste mês de julho, mas por conta da pandemia da Covid-19, o plano
foi adiado para dezembro. “Ele estava muito feliz até adiar. Todo mundo ainda
está muito chocado”, desabafa.
O segundo de nove irmãos, Antônio tinha duas filhas, Mariana
e Juliana, e também era muito apegado às suas duas netas. “A vida dele era
elas”, garante Mariana. Para Mardônio, a maior característica de Antônio era a
simplicidade.
“Ligava todos os dias para a família. Deu tudo que podia
para as filhas”. Também tinha muitos amigos em São Paulo. “Se você andasse com
ele, de cinco em cinco minutos ele parava pra falar com as pessoas”, completa a
jovem.
A Polícia Civil de São Paulo está investigando o caso e
busca identificar o dono dos cachorros. No momento do acidente, o tutor fugiu e
abandonou os animais. A família espera que seja localizado para ser
responsabilizado.
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