Roberto Cláudio afirmou que recorrerá ao Judiciário contra
os que "promovem as informações contidas" na operação
O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, rebateu denúncias
investigadas pela Polícia Federal de que a Prefeitura Municipal e o hospital
Instituto Dr. José Frota (IJF) compraram respiradores destinados ao tratamento
de pacientes com Covid-19 por valores até quatro vezes mais caros em relação a
outras instituições e prefeituras brasileiras. Roberto Cláudio alegou
"motivações políticas" para a chamada Operação Dispneia, e afirmou
que entrará na Justiça contra "aqueles que promovem as informações",
que chamou de "falsas" da operação. O prefeito realizou transmissão
ao vivo na noite desta segunda-feira (25).
Mais cedo, a Polícia Federal havia deflagrado uma operação
que investiga supostos desvios de recursos. A operação cumpre os mandados em
residências, empresas e órgãos públicos nas cidades de Fortaleza e em São
Paulo.
PF realiza operação para investigar prejuízo de R$ 25,4
milhões na compra de respiradores no município de Fortaleza
O prefeito listou erros, que chamou de "pecados
capitais" na denúncia, sendo um deles, segundo ele, a base comparativa
equivocada para preços dos equipamentos contratados. "Cometeram um erro
grosseiro de comparar os preços em épocas diferentes. O erro contido no texto
da ação é porque ela comparou filé com carne de pescoço", disse.
"Comparam lá equipamento de R$ 69 mil com um de R$ 230
mil como se ambos fossem iguais e tivessem a mesma função. Diferente da minha
comparação, a carne de pescoço não salva vidas. O equipamento colocado lá para
comparar preços não serve pra UTIs complexas, em que o paciente vai precisar de
um grave tipo de monitoramento e acompanhamento assistencial", reiterou.
Outra crítica à operação foi a de que uma reunião, um representante
da Controladoria Geral da União (GCU) e de outros órgãos de controle
"ouviu o município manifestar, na quarta última, que iria promover o
distrato com essa empresa e iria exigir o reembolso do dinheiro. Ouviu, na
sexta-feira, o reembolso passou a ser pago", no entanto, a operação age,
segundo ele, como se a Prefeitura não tivesse feito o distrato.
Roberto Cláudio asseverou que a investigação tem motivações
políticas e eleitoreiras. "Não quero crer que as instituições de maior
credibilidade no país, de defesa da democracia, de defesa à moralidade pública,
de combate à corrupção, possa estar sendo eventualmente contaminada e tendo a
sua reputação abalada por um representante, que é um cargo de confiança do
presidente da república, que está aqui exercendo uma missão para o Governo
Federal, administrativa".
Além disso, afirmou que irá acionar a Justiça contra aqueles
que permanecerem divulgando as informações, para que expliquem as denúncias.
"A honradez de quem faz a gestão municipal marcada por um trabalho sério,
de humildade, comprometido com as pessoas que mais precisam, com muita
seriedade, não pode ser maculado por movimentos individuais que não são
institucionais, que muitas vezes manifestam muito mais o lado político que o
lado do povo", disse o gestor.
Conforme Roberto Cláudio, outra ilegalidade na ação apontada
pelo prefeito, órgãos federais como a Controladoria Geral da União e a Polícia
Federal só devem se envolver em alguma ação do tipo caso haja uso de recursos
federais. Na situação, contudo, foram utilizados somente aportes do Tesouro
Municipal. "Não estou dizendo isso pra fugir da explicação, porque sempre
que qualquer órgão, no caso o Ministério Público Estadual, ou a Justiça
estadual, a quem cabe eventualmente essa ação, provocar algum tipo de
esclarecimento, eu estarei lá, os dando, os fornecendo, como é obrigação de
todo homem público", colocou.
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