A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que uma
pessoa de outra família errou na identificação do cadáver e houve a liberação
do corpo.
Por Sabrina Souza, G1 CE
Também envolvida na troca de corpos que ocorreu nesta semana
na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Itaperi, em Fortaleza, a
família do idoso Luís da Silva (76), que também faleceu no local, na
terça-feira, deve pedir a exumação do corpo nesta segunda-feira (18). Isso
porque o filho do idoso, Luís Erandir, recebeu uma ligação da assistente social
da UPA para que fosse levado documentos para dar início ao processo. A
informação foi repassada por Erandir, neste sábado (16), ao Sistema Verdes
Mares.
Erandir diz que o pai teve sintomas de cansaço na
segunda-feira (11), foi levado para a Unidade e, no dia seguinte, já veio a
óbito. Apesar da suspeita de Covid-19, Erandir não confirmou a causa do
falecimento do pai.
Idosa morre e tem corpo trocado na UPA do Itaperi
Em seguida, a família chamou uma empresa funerária para
levar o corpo, já na quinta-feira (14). “Era para ter sido na quarta, mas como
estava lotado, agendamos para a quinta. Assim que nós chegamos para o
reconhecimento, a assistente social disse havia uma outro corpo com o nome do meu
pai, que tava errado. Já ficamos com pé atrás. Então, eles rasgaram quatro
outros sacos até que nós reconhecemos o corpo do meu pai”, relata.
Depois do processo de reconhecimento, Erandir afirma que ele
e o irmão acompanharam todo o percurso até o sepultamento do pai. Já no retorno
do enterro, ocorrido na Pacatuba, o parente explica que recebeu outra ligação
da UPA sinalizando uma troca de corpos e que os irmãos deveriam retornar para
um novo reconhecimento de corpo. “Chegamos lá e mostraram uma foto de outro
homem e eu disse que aquele não é o meu pai”, diz.
Em sequência, em uma outra conversa no mesmo dia, a família
do idoso foi apontada por levar, por engano, o corpo da idosa Raimunda de Paula
Melo (90), que faleceu na Unidade na quarta-feira (13). “Foram três corpos
envolvidos. A assistente disse que meu pai foi enterrado no cemitério do Bom
Jardim por outra família, que é responsável pelo corpo correto que ainda estava
lá na UPA”, explica.
Documentos
Uma assistente da UPA ligou para a família, nesta
sexta-feira (15), solicitando os documentos para fazer a exumação, conforme o
parente. “Pediram pra levar as certidões do meu pai para UPA para fazer a
exumação dos corpos e, só então, o DNA”, conta.
Erandir também alega que todo o procedimento está sendo
feito pela UPA, “o que eu já acho errado. Nenhuma autoridade se mover para
resolver isso. Que suporte é esse que eles estão dando? Todo dia alguém da
minha família liga para saber sobre a história. A gente vai passar tantos anos
com esse trauma por causa de irresponsabilidade”, considera.
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