doce
Um em cada cinco brasileiros, ou 20,1% da população, consome
doces cinco ou mais vezes durante a semana, frequência considerada alta por
autoridades de saúde. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o índice é ainda maior:
28,5%.
Os dados, divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Ministério
da Saúde, são da pesquisa Vigitel 2015, que monitora hábitos e fatores de risco
à saúde. A pesquisa, feita todos os anos por inquérito telefônico, ouviu nesta
edição 54 mil pessoas acima de 18 anos residentes nas capitais do país.
Além dos doces, também é expressivo o consumo regular de
refrigerantes no Brasil. Ao todo, 19% dos brasileiros bebe refrigerante ou suco
artificial todos os dias, produtos com alta quantidade de açúcar.
Para o Ministério da Saúde, os hábitos preocupam por elevar
o risco de doenças crônicas, sobretudo a diabetes, cuja taxa de prevalência vem
crescendo na população.
Dados de relatório global da Organização Mundial de Saúde,
divulgados na quarta-feira (6), mostram que o número de pessoas com diabetes no
mundo quadruplicou entre os anos de 1980 e 2014 – passou de 108 milhões para
422 milhões de pessoas.
No Brasil, 7,4% dos entrevistados na Vigitel 2015 afirmam
ter diagnóstico médico de diabetes. Em 2006, esse percentual era de 5,5%.
“Aí entra o risco: se a pessoa consome desde cedo bebidas
doces, ao mesmo tempo em que reduz o consumo de hortaliças e aumenta o consumo
de alimentos processados, isso aumenta a predisposição a diabetes”, diz Fátima
Marinho, diretora do departamento de vigilância de doenças crônicas do
Ministério da Saúde. Ela elenca o sobrepeso, obesidade e hipertensão como
alguns dos principais fatores de risco para doença.
Entre as capitais, Rio de Janeiro e Porto Alegre aparecem
com os maiores índices de prevalência de diabetes, com diagnóstico presente em
8,8% e 8,7% da população, respectivamente. Segundo Marinho, os índices podem
indicar tanto uma maior frequência da doença quanto maior acesso aos serviços
de saúde.
“PÉ DIABÉTICO”
O diabetes ocorre quando o pâncreas não produz insulina
(hormônio que regula o nível de açúcar no sangue) o suficiente ou quando o
corpo não consegue usar a insulina que produz. Medicamentos, controle alimentar
e prática frequente de atividades físicas são indicados para evitar
complicações da doença.
Uma das mais frequentes é o desenvolvimento de feridas em
áreas machucadas ou infeccionadas nos pés – o chamado “pé diabético”, segundo o
Ministério da Saúde, que lançou um manual direcionado a profissionais de saúde
com orientações de como identificar e tratar o problema. O objetivo é tentar
amenizar o sofrimento dos pacientes e diminuir os índices de internações por
este motivo na rede de saúde.
erca de 20% das internações por diabetes no país ocorrem
devido a lesões nos membros inferiores, de acordo com o ministério.
O documento orienta cuidados como inspeção diária nos pés à
procura de feridas, preferência por sapatos leves e macios e alerta para sinais
de “dormência” no local, além de tratamento imediato de qualquer ferimento.
“Sem uma ação rápida, a ferida pode ter complicações e levar à amputação. É
fundamental que a população tenha essa orientação [de como prevenir o
problema]”, afirma.
Fonte: Folhapress
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