Eduardo-Cunha1
“O presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), formalizou na tarde desta quarta-feira, 13, o procedimento de
votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo, 17. Em
decisão lida no plenário pelo primeiro-secretário Beto Mansur (PRB-SP), foi
confirmada a chamada oral de deputados com ordem de Estados do Sul para o
Norte.
Na decisão, Cunha informa que não adotará a chamada em ordem
alfabética, como aconteceu na votação do impeachment do ex-presidente Collor. O
peemedebista alega que o regimento tem regra posterior a 1992 mudando a forma
de votação, e que o Supremo Tribunal Federal não se posicionou sobre a ordem de
votação ao definir o rito do impeachment por se tratar de assunto “interna
corporis”. “Não há razão lógica e jurídica para se aplicar agora o procedimento
definido no caso Collor para camada em ordem alfabética”, justifica.
Assim, os deputados serão chamados por região, a começar
pelos Estados do Sul até chegar nos Estados do Norte. Os deputados de cada
Estado serão chamados em ordem alfabética.
Os governistas protestaram em plenário e avisaram que vão
recorrer. Mais cedo, o vice-líder da bancada do PT na Câmara, deputado Henrique
Fontana (RS), defendeu que os governistas entrem com uma ação judicial no STF pedindo
que a ordem de chamada dos deputados na votação do impeachment da presidente
Dilma Rousseff seja alfabética. “É mais uma ilegalidade. O presidente Eduardo
Cunha é o líder do golpe. O critério republicano é a ordem alfabética”,
afirmou.
O deputado federal Chico Lopes (PCdoB), contrário ao
impeachment da presidente, criticou decisão do presidente da Câmara. De acordo
com ele, o gesto se trata de uma manobra de Cunha para pressionar parlamentares
indecisos que não querem “perder seu voto”.
Em relação aos partidos governistas, ele disse que eles
podem recorrer não somente a esta decisão, mas a todas do presidente da Casa.
“Nada vai ser pacífico aqui não, em tudo vai ser confusão”, avisa.
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