2015 já é o melhor ano de toda a história dos transplantes
no Ceará. Neste ano, até esta segunda-feira, foram realizados 1.409
transplantes de órgãos e tecidos. Superou o recorde anterior de 2014, ano em
que o total de transplantes ficou em 1.399, e de todos os anos desde que a
Central de Transplantes do Estado foi implantada, em 1998. O ano registra ainda
o maior número de transplantes de córnea, fígado e medula óssea da série
histórica, a três dias do fim do ano. Em relação ao ano passado, foram realizados
também mais transplantes de coração, rim/pâncreas e valva cardíaca. No total,
foram realizados em 2015 no Ceará 262 transplantes de rim, 6 de rim/pâncreas,
24 de coração, 197 de fígado, 4 de pulmão, 76 de medula óssea (66 autólogos e
10 alogênicos), 814 de córnea, 14 de esclera e 12 de valva cardíaca.
O pintor Francisco Franklin Vaz, 39 anos, pode dizer que
recebeu o maior presente de sua vida neste natal. No dia 24 de dezembro ele
passou por um transplante e ganhou um novo rim no Hospital Geral de Fortaleza
(HGF), da rede pública do Governo do Estado. Morador de Itapipoca, Francisco
sofria de insuficiência renal e para sobreviver dependia da hemodiálise desde
2010. “ Nunca perdi a esperança em dias melhores. Acredito que agora, com esse
novo rim, poderei viver com menos preocupação, menos sofrimento. Primeiramente,
só penso em fazer direitinho o tratamento e depois é batalhar por uma vida
melhor”, afirmou.
Pela primeira vez desde 2007, a Associação Brasileira de
Transplantes de Órgãos e Tecidos (ABTO) registrou no primeiro semestre do ano
diminuição na taxa de potenciais doadores, de doadores efetivos e no número de
transplantes de rim, de fígado e de pâncreas em relação ao ano anterior. A
elevada taxa de recusa familiar, da ordem de 44% das entrevistas realizadas,
persistia como o principal obstáculo para a efetivação da doação. O Ceará
registrou de janeiro a junho deste ano 64 recusas familiares (43%) em 150
entrevistas para captação de doadores de órgãos e tecidos realizadas no
semestre. No período foram notificados 260 potenciais doadores. Desses, 84
foram doadores efetivos (19,0 pmp) e 77 (17,4 pmp) tiveram órgãos
transplantados.
Esse quadro começou a ser modificado a partir de julho. Em
termos comparativos, nos primeiros três meses do ano foram realizados 373
transplantes em 2014 e 350 em 2015. No segundo trimestre, o placar ficou em 346
a 296. Já entre julho e setembro, o número de transplantes foi maior em 2015 –
408 para 347 no ano passado. No quarto trimestre o resultado está em 355
transplantes em 2015 e 333 em 2014. O Registro Brasileiro de Transplantes (RBT)
do período janeiro-setembro de 2015, publicado pela ABTO identifica a tendência
de aumento dos transplantes no segundo semestre.
“A notícia positiva é o contínuo aumento nos transplantes
cardíacos, de 13,2% no número e de 6,2% na taxa pmp (1,7 pmp). Desde 2011,
houve aumento de 120%”, registra a publicação, que também faz menção ao
desempenho do Ceará. “O número de transplantes hepáticos aumentou 0,7%,
enquanto que a taxa pmp (de 9,2 para 8,7) caiu 5,4%. Destacaram-se o DF (23,9
pmp) e CE (22,6 pmp)”. O Ceará registrou de janeiro a setembro 90 recusas
familiares (38%) em 235 entrevistas para captação de doadores de órgãos e
tecidos realizadas. No período foram notificados 386 potenciais doadores (58,2
pmp). Desses, 141 foram doadores efetivos (21,3 pmp) e 119 (91%) tiveram órgãos
transplantados.”
Do Site da Secretaria da Saúde do Ceará:
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