segunda-feira, 3 de agosto de 2020

180 escolas e instituições de ensino superior particulares encerraram atividades durante a pandemia no Ceará, diz sindicato


Governo do Estado já sinalizou que volta de aulas presenciais só deve acontecer em setembro.
Por G1 CE

Realizado pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), um levantamento aponta que 180 escolas de educação básica e instituições de ensino superior da rede privada encerraram atividades durante a pandemia do novo coronavírus no estado.

Ainda segundo a pesquisa, 34% dos profissionais integrantes dos mesmos setores educacionais foram demitidos desde que as aulas presenciais foram interrompidas, em março. A porcentagem inclui professores, funcionários administrativos, de serviços gerais, entre outros.

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Presidente do Sinepe-CE, Andréa Nogueira afirma que, levando em consideração essas estatísticas, o anúncio da previsão de retorno das aulas presenciais no Ceará para setembro – realizado pelo governador Camilo Santana (PT) durante transmissão ao vivo neste sábado (1º) – foi recebido pelo sindicato com indignação.

O governador apontou que a decisão vale para escolas e universidades públicas e privadas. E a retomada só será em setembro se os indicadores epidemiológicos permanecerem favoráveis.

De acordo com Andréa Nogueira, as escolas da rede privada de ensino estavam preparadas desde o dia 20 de julho para a retomada das aulas presenciais.

“Todas estavam com seus protocolos prontos, além dos investimentos realizados, como compras de materiais e treinamento de funcionários. Soma-se a isso o prejuízo educacional dos alunos e dos pais, que já voltaram aos trabalhos e não têm com quem deixar os filhos”, diz.


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Preocupação
Andréa menciona que o Governo do Estado já possui condições de autorizar a retomada das aulas presenciais nas escolas do ensino básico e do superior, e que a negativa a esse retorno acarreta grandes impactos no setor, como a inadimplência.

"Os alunos do ensino superior estão inseguros em relação às suas matrículas, e os professores começam a se preocupar com a formação dos futuros profissionais, uma vez que não podem oportunizar aulas práticas aos estudantes”, lista.

“Como manter uma estrutura de ensino em pé se ela está impedida de funcionar?”, questiona.
Segundo a gestora, os diretores "não sabem mais o que fazer" diante da crise econômica enfrentada pelo setor. "O que tememos é que, por estarem em situação limite, muitas outras instituições educacionais tenham que fechar suas portas. Todas as medidas emergenciais foram utilizadas e já se esgotaram, e o prazo que nos foi prometido para retomada não foi cumprido”, sublinha Andréa.

Busca pelo diálogo
A presidente da entidade enfatiza que o sindicato buscará, junto ao Governo do Estado, solucionar um problema que é de toda a sociedade, buscando estar respaldado pela ciência e por especialistas no assunto.

“Faz-se necessária a retomada das aulas presenciais e a faremos com responsabilidade. Segundo pesquisas internas, aproximadamente metade dos pais desejam e contam pela retomada urgente das aulas presenciais, pois se sentem prejudicados. As escolas continuarão em constante diálogo com os pais e nos comprometemos a solicitar uma data oficial da retomada, pois entendemos a educação como um direito fundamental”, conclui.


Covid-19 no Ceará
O Ceará chegou a 7.709 mortes em decorrência da Covid-19, com 176.580 casos confirmados, segundo dados da plataforma IntegraSUS, atualizada às 14h10 deste domingo (2). Já são 147.674 pessoas recuperadas da doença no estado.

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A plataforma indica que há ainda 593 mortes em investigação e 77.868 casos suspeitos. Já foram realizados 471.139 exames para detectar o novo coronavírus.

Fortaleza concentra 3.691 óbitos pela Covid-19, com 42.262 diagnósticos positivos. Os bairros mais periféricos da capital registram as maiores taxas de mortalidade da enfermidade. No bairro Conjunto Ceará II, na Regional V, a cada dez casos confirmados, mais de sete (73%) chegam a óbito, portanto, a maior taxa de letalidade pelo Sars-CoV-2, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Fortaleza está na quarta fase do plano de reabertura econômica e, a partir de segunda-feira (3), shoppings e salões de beleza terão o horário de funcionamento estendido. De acordo com o Governador Camilo Santana, a permissão para aulas presenciais, que também estava prevista para a etapa quatro da retomada, não deve ocorrer antes de setembro.

Em seguida no número de casos está a cidade de Sobral, com 9.973 registros e 284 mortes. Em Juazeiro do Norte, no Cariri, o número de diagnósticos é de 9.544, com 220 óbitos pelo novo coronavírus.

Na Macrorregião de Fortaleza, Maracanaú contabiliza 5.349 casos confirmados e 233 mortes. Caucaia é a segunda cidade em óbitos pela doença, com 318 ocorrências e 5.044 diagnósticos positivos. Em Maranguape, que registra 4.085 casos, 106 pessoas não resistiram à Covid-19.

O número de casos do novo coronavírus também chama atenção nas cidades de Crato (3.278), Quixadá (2.897), Tianguá (2.643), Acaraú (2.471) e Itapipoca (2.255).


Veja outras informações da plataforma:
A taxa de ocupação das UTIs cearenses é de 73,96%;
A taxa de ocupação das enfermarias cearenses é de 37,95%;
A letalidade da doença no Estado é de 4,4%.
Os números apresentados pela Sesa são atualizados permanentemente. As mortes não foram contabilizadas no dia em que ocorreram, nem os casos, no dia dos primeiros sintomas, e sim, registrados conforme a liberação dos resultados de exames.

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