sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Em Fortaleza, 263 escolas públicas da rede estadual e municipal precisam de reformas estruturais


Esse ano, em decorrência de problemas estruturais, três escolas públicas já foram interditadas, segundo as secretarias Municipal e Estadual da Educação.

Por Thatiany Nascimento e Yohana Capibaribe

Em Fortaleza, escolas tanto da rede municipal como da estadual de ensino têm a necessidade de manutenção de colunas, telhados, banheiros, refeitórios, dentre outros, além de carências de consertos das instalações elétricas e do sistema hidráulico. A realidade é partilhada por, pelo menos, 263 unidades escolares, sendo 185 da Prefeitura e 68 do Estado. As situação das edificações é conhecida pelos gestores que planejam reformas. Esse ano, em Fortaleza, em decorrência de problemas estruturais, três escolas públicas já foram interditadas, segundo as secretarias Municipal e Estadual da Educação.

Ao todo, a Prefeitura gerencia 573 unidades educacionais (incluindo escolas, equipamentos da educação infantil e instituições conveniadas) e o Estado tem 171 escolas na Capital. Um dos equipamentos interditados foi a Escola Municipal Mozart Pinto, no bairro Jardim América. A unidade foi fechada no início desse mês.


Escola Mozart Pinto, em Fortaleza, foi interditada no início de novembro, após parte do teto de salas desabar — Foto: Halisson Ferreira/SVMEscola Mozart Pinto, em Fortaleza, foi interditada no início de novembro, após parte do teto de salas desabar — Foto: Halisson Ferreira/SVM
Escola Mozart Pinto, em Fortaleza, foi interditada no início de novembro, após parte do teto de salas desabar — Foto: Halisson Ferreira/SVM

Relatos
A mãe de um dos alunos, Nayara Martins, conta que os pais foram chamados pela escola e comunicados que, para garantir a segurança dos estudantes, era necessário fechar a escola. "A gente não sabia da situação. Quando a gente soube, foi quando o colégio já foi interditado".

Além de Nayara, ela tem um filho de 11 anos que também estuda na Mozart Pinto. Agora, a criança, junto à duas primas, segue para o novo endereço de estudos, no Bairro Benfica. "Tem muitos alunos que tinham que ir a pé. Fica ruim para as mães que tinham que chegar mais cedo para pegar os ônibus. Mas, agora já tem um transporte escolar", relata ela.

Outra mãe (que preferiu não ser identificada) de dois estudantes da escola conta que a situação do prédio está muito precária. "Quando chove, a chuva caia em cima deles, o telhado também faltava cair em cima deles", reclama. Ela enfatiza também que todos os dias, as mães dos alunos acordam por volta das 5 horas da manhã para que os filhos não percam o ônibus que os leva para uma outra instituição, na Av. da Universidade.

Diagnóstico de melhorias
A situação extrema da unidade reflete as diversas demandas por melhorias estruturais nos prédios escolares. Na rede municipal, segundo a titular da Secretaria Municipal de Educação (SME), Dalila Saldanha, um diagnóstico quanto esse tipo de necessidade foi feito em 2017 e 200 escolas foram identificadas como sendo aquelas que precisam de intervenções. No decorrer dos anos, outras 8 escolas foram agregadas a essa lista. A partir do diagnóstico, em 2018, foi celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Prefeitura.

A Prefeitura garante que reformou completamente 13 escolas e outras 25 estão em obras. Já as outras 160 ainda devem passar pela fase de elaboração de projetos. O TAC, explica o representante do Ministério Público Estadual (MP-CE), promotor de Justiça, Aurélio da Silva, é valido até o dia 31 de dezembro de 2020. Isto, faz com que a gestão "esteja dentro do prazo previsto".

Dalila explica que o parque educacional de Fortaleza é "um parque escolar de estruturas muitos antigas. Uma característica também que antes não eram escolas, elas eram prédios em que funcionavam casas, residências, tinham outra finalidade. Elas passaram a ser escola por necessidade de demandas apresentadas pela comunidade". A média de dinheiro investido em cada reforma completa, afirma a secretária, é de 600 mil reais.

A secretária disse ainda que, em caso de estrutura de 2 andares, como a Escola Mozart Pinto, a reforma é mais demorada pois "não se consegue fazer a intervenção com ela funcionando. Nessas de dois pavimentos, precisamos realmente fazer a mudança (de local das aulas)". A previsão, nesse caso é que as aula voltem a ocorrer na edificação no início do ano letivo de 2020.

Já a Seduc informou, em nota, que em 2019 foi investido um total de 5,8 milhões de reais para garantir a manutenção patrimonial da rede estadual em Fortaleza. Os recursos são provenientes dos Governos Estadual e Federal. Além da Escola Municipal Mozart Pinto, Fortaleza teve ainda as escolas estaduais Comendador Miguel Gurgel; no bairro Messejana, e Maria Ângela da Silveira Borges; no bairro Vicente Pinzon, interditadas, conforme a Seduc.

Para esse ano, a Seduc estabeleceu um plano de intervenção nas estruturas de 68 escolas. Ao todo, disse a pasta, 89 obras de natureza civil ou elétrica foram autorizadas nestas unidades.

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