O que fizemos contra nós
mesmos para esquecermos de caminhar na chuva e
espiar ninhos de passarinhos? Morreu a fantasia, morreu a criança que
vivia dentro de nós?
Deixamos tudo isso acontecer
e nem nos apercebemos. Gastamos nosso tempo na
televisão, no telefone, na Internet e deixamos para trás a nossa alma,
as horas de papo com os amigos, o
passeio de mãos dadas e o cafezinho no boteco...
Queria te convidar a sonhar.
Não, não é para mais um sonho do que se vai comprar, adquirir e se entupir. Sonhar infantilmente,
por nos olhos a candura pueril, os lábios
quase falando a ânsia da alegria, navegar na fantasia!
Vá correr sem medo e, em todo
o desapego, igual correr na estrada com poeira sem pensar na sujeira, brincar com o sentimento,
ser novamente num momento apenas garoto,
maroto, arteiro e eterno.
Pois não há inverno para quem
corre no sol, não há inferno para quem
tem nos olhos o brilho de um farol. Nunca haverá paz em qualquer rincão do universo se dentro de nós, frutos
da criação, ela não habitar antes.
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