Apresentação ocorre no dia 13 de outubro, em Roma.
Informação foi confirmada pelas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
Por João Lima Neto, G1 CE
O cantor e sanfoneiro Waldonys irá se apresentar durante a
cerimônia de canonização de Irmã Dulce, no Vaticano, em Roma, no dia 13 de
outubro. A informação foi confirmada pelas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Ao
G1, o cearense falou da emoção em participar do evento.
"Maria Rita, a sobrinha de Irmã Dulce, me ligou. Já
conversamos sobre a nossa ida. É um momento importante para todos os
religiosos", declarou Waldonys. O cantor está em Nova Iorque para
participar do NY Forró 2019.
O anúncio da proclamação foi feito na manhã de segunda-feira
(1º), em cerimônia presidida pelo Papa Francisco, em Roma, e pelo Arcebispo de
Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, no Santuário da Bem-Aventurada
Dulce dos Pobres. Ao lado de Maria Rita Pontes, superintendente das Osid, Dom
Murilo disse que a religiosa “se tornará a primeira santa brasileira da nossa
época”. Oficialmente, ela passará a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres e
terá como data litúrgica o dia 13 de agosto.
Dom Murilo Krieger anunciou, ainda, dois outros eventos
referentes à cerimônia de canonização: a primeira missa em honra da santa, que
será realizada no dia 14 de outubro, às 10h, na Igreja de Santo Antônio dos
Portugueses, uma edificação do século XVII, em Roma, “em agradecimento pelo dom
de Irmã Dulce”; e o segundo momento, a celebração no Brasil, em Salvador, dia
20 de outubro, às 16h, que irá reunir devotos e admiradores da religiosa, em
local ainda a confirmar.
As Osid montaram uma secretaria especial para orientar as
pessoas que pretendem participar do evento. As solicitações de convites devem
ser feitas pelo e-mail canonizacao@irmadulce.org.br.
Milagres
A causa da canonização de Irmã Dulce foi iniciada em janeiro
de 2000. Em abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heroicas da
Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do
título de Venerável à religiosa. O título é o reconhecimento de que Irmã Dulce
viveu, em grau heroico, as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade. Em
outubro de 2010, a Congregação para a Causa dos Santos, através de voto
favorável e unânime de seu colégio de cardeais e bispos, atestou a
autenticidade do primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce, cumprindo, dessa
forma, a última etapa do processo de beatificação.
O referido milagre ocorreu na cidade de Itabaiana, em
Sergipe, quando, após dar à luz seu segundo filho, Gabriel, em 11 de janeiro de
2001, Claudia Cristina dos Santos sofreu uma forte hemorragia, durante 18
horas, tendo sido submetida a três cirurgias na Maternidade São José. Diante da
gravidade do quadro, o obstetra Antônio Cardoso avisou a família que apenas
“uma ajuda divina” poderia salvar a vida de Cláudia. Em desespero, a família da
miraculada chamou o padre José Almí para ministrar a unção dos enfermos. O
padre, no entanto, decidiu fazer uma corrente de oração pedindo a intercessão
de Irmã Dulce e deu a Cláudia uma pequena relíquia da Bem-Aventurada.
A hemorragia cessou subitamente. O caso de Cláudia foi
analisado por dez peritos médicos brasileiros e seis italianos. Segundo o
médico Sandro Barral, um dos integrantes da comissão científica que analisou o
milagre, “ninguém conseguiu explicar o porquê daquela melhora, de forma tão
rápida, numa condição tão adversa”. O milagre passou por três etapas de
avaliação: uma reunião com peritos médicos (que deram o aval científico), com
teólogos, e, finalmente, a aprovação final do colégio cardinalício, tendo sua
autenticidade reconhecida de forma unânime em todos os estágios.
Já no dia 10 de dezembro de 2010, o Papa Bento XVI autorizou
a promulgação do decreto do primeiro milagre. Irmã Dulce foi, então,
beatificada no dia 22 de maio de 2011, em cerimônia realizada no Parque de
Exposições de Salvador, reunindo mais de 70 mil pessoas. Na ocasião, a freira
baiana foi coroada como a primeira beata nascida na Bahia e passou a se chamar
Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de
celebração de sua festa litúrgica. Faltava apenas a validação de um segundo
milagre para que a religiosa fosse então canonizada.
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