Prefeito de Uruburetama, José Hilton de Paiva, que também é
médico, foi preso na sexta-feira (19) suspeito de estuprar pacientes durante
atendimento ginecológico.
Por G1 CE
O juiz de Uruburetama, José Cleber Moura do Nascimento,
negou nesta quinta-feira (25) o pedido feito pelo prefeito afastado do
município, José Hilton Paiva, para retornar ao cargo. José Hilton foi afastado
em votação unânime na Câmara do município após reportagem do Fantástico exibir
denúncias de estupro que mulheres fazem contra o gestor, que também realizava
atendimento ginecológico na cidade. O juiz negou ainda o pedido para José
Hilton cumprir prisão domiciliar.
O advogado do prefeito, Leandro Vasques, havia solicitado a
anulação da sessão na Câmara que afastou José Hilton. Conforme a decisão do
juiz, não há motivo para o retorno dele ao cargo pois "a administração
segue em sua normalidade, inclusive na condução do Poder Executivo pelo seu
substituto legal, não acarretando qualquer prejuízo aos administrados".
José Hilton de Paiva foi preso na sexta-feira (19), dias
após o Fantástico exibir reportagem em que seis mulheres denunciam o médico por
estupro. Os crimes eram filmados pelo próprio médico, sem o consentimento das
pacientes. Após a reportagem, outras 13 mulheres procuraram órgãos legais para
denunciar o prefeito.
Caso 'claro' de estupro
Parte da população de Uruburetama comemora o afastamento do
prefeito suspeito de assediar mulheres — Foto: JL Rosa/G1 Parte da população de
Uruburetama comemora o afastamento do prefeito suspeito de assediar mulheres —
Foto: JL Rosa/G1
Parte da população de Uruburetama comemora o afastamento do
prefeito suspeito de assediar mulheres — Foto: JL Rosa/G1
O G1 e o Fantástico tiveram acesso a 63 vídeos; analisados
por profissionais da Associação de Medicina Brasileira, as imagens mostram
"claramente" um caso de "estupro de pacientes".
Em entrevista ao Fantástico, mulheres afirmaram que eram
enganadas pelo médico, que sofriam abuso durante o atendimento ginecológico. Em
alguns casos, as vítimas relatam que José Hilton colocava a boca nos seios
delas sob o pretexto de tirar secreção e penetrava para "desvirar o
útero".
Em entrevista exclusiva à TV Verdes Mares, o médico disse
que era "viciado" em fazer as filmagens e pediu desculpas às vítimas.
O advogado Leandro Vasques defende que o cliente é inocente porque as denúncias
são feitas mais de seis meses depois de o fato ter ocorrido.
Após a exibição da reportagem do Fantástico, José Hilton foi
punido por vários órgãos:
O PC do B expulsou o político do partido
O Conselho Regional de Medicina suspendeu a autorização para
atuar como médico
A Câmara Municipal de Uruburetama afastou o prefeito do
cargo
A defesa de José Hilson de Paiva também solicitou a
investigação para apurar a autoria do vazamento dos vídeos e da subtração de um
HD que armazenava as imagens, que desaparecem da residência do suspeito há um
ano. Leandro Vasques afirma que o caso se enquadra na Lei Carolina Dieckmann.
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