Quatro pessoas foram presas e duas estão foragidas. Segundo
promotor, o esquema era mantido por contratos de abastecimento de combustível
nos veículos da prefeitura.
Por André Teixeira, G1 CE
Operação em Saboeiro prendeu quatro suspeitos de uma série
de crimes; dois estão foragidos (Foto: MPCE/Divulgação)
Servidores da comissão de licitações de Saboeiro, no
interior do Ceará, são suspeitos de receber um "mensalinho" de R$ 2
mil de empresários para manter um esquema de fraude em licitação em notas de
combustíveis, segundo levantamento da operação Avalanche, realizada nesta
quarta-feira (4) pelo Ministério Público e Polícia Civil.
Quatro pessoas estão presas e duas estão foragidas - entre
elas Uriel de Alencar Rocha Santos Martins, filho do prefeito de Saboeiro, José
Gotardo dos Santos Martins.
O esquema gerou um prejuízo estimado de R$ 5.441.960,80,
segundo o promotor de Justiça Hebert Gonçalves.
O G1 tentou entrar em contato com o prefeito da cidade e com
a sede da prefeitura até as 19h desta quarta, mas as ligações não foram
atendidas. O G1 não localizou a defesa do filho do prefeito.
Ainda conforme o promotor, o esquema de fraude era mantido
por contratos de abastecimento de combustível nos veículos da prefeitura. Em um
único serviço de abastecimento, uma retroescavadeira com capacidade máxima de
300 litros de combustível recebeu de uma única vez 1.679 litros, totalizando o
valor de R$ 5.691, segundo inspeção do Tribunal de Contas dos Municípios à qual
o MPCE teve acesso.
Combustível para amigos
O promotor de Justiça Hebert Gonçalves disse que o esquema
consistia na emissão de vales de combustíveis para amigos e conhecidos dos
envolvidos, com o fim de completar os tanques dos veículos particulares. Além
disso, Uriel Martins, filho do prefeito, é suspeito de emitir vales para
abastecimento de veículos da prefeitura e depois sacá-los em dinheiro,
configurando o crime de falsidade documental, peculato, associação criminosa e
usurpação de função pública, afirma o promotor Hebert Gonçalves.
Durante as investigações, a Polícia Civil encontrou uma arma
de fogo na residência de um ex-presidente da Comissão de Licitação que não teve
o nome revelado. Ele foi levado à Delegacia de Polícia e vai responder por
posse ilegal de arma de fogo.
Além de promotores do Ministério Público, a operação
Avalanche contou com a participação de mais de 100 policiais civis.
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