A primeira fase de testes da fosfoetanolamina deve ser
concluída por laboratórios parceiros do governo em sete meses, segundo o
ministro da Ciência, Celso Pansera. O anúncio foi feito na tarde desta
segunda-feira (16) em coletiva de imprensa realizada depois de reunião entre o
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Ministério da Saúde (MS)
e a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
Na semana passada, o MCTI já tinha anunciado um plano de
trabalho do governo para validar tecnicamente a molécula, que poderia vir a ser
usada no tratamento do câncer, caso tenha sua efetividade comprovada. Na
ocasião, a pasta afirmou que R$ 10 milhões seriam destinados para as atividades
ligadas à pesquisa da fosfoetanolamina em um período de 2 anos.
Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões
judiciais, a fosfoetanolamina é alardeada como cura para diversos tipos de
câncer, mas não passou por esses testes em humanos, por isso não é considerada
um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são
desconhecidos.
Até o momento, o grupo de pesquisadores que desenvolveu a
síntese da fosfoetanolamina alegava que os testes clínicos não tinham sido
concluídos pois havia má vontade por parte da Anvisa.
R$ 2 milhões já disponíveis
Nesta segunda-feira, Pansera afirmou que o MCTI já colocou à
disposição dos laboratórios R$ 2 milhões para pesquisar a fosfoetanolamina. O
ministério vai solicitar à USP uma amostra da molécula sintetizada pela USP
para realizar os testes.
Segundo o MCTI, depois da primeira etapa de análises, estão
previstas as fases seguintes do estudo em humanos. Ainda não é possível prever
em quanto tempo o grupo poderá determinar se a substância é segura e eficaz
para o tratamento de câncer.
"Existem pessoas usando uma substância da qual nós não
temos efetivamente nenhum estudo seguro da eficácia e segurança. O governo tem
que estar olhando para isso de outra forma, temos que dar uma resposta para a
situação", disse Pansera.
Para que a população possa acompanhar os andamentos dos
testes, será criado um site que deve divulgar a evolução das pesquisas. Uma
comissão de representantes da sociedade civil também foi criada para acompanhar
a pesquisa.
Durante a coletiva, o Ministério da Saúde enfatizou que não
recomenda que as pessoas usem a fosfoetanolamina como tratamento contra o
câncer antes da conclusão dos resultados dos testes.
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