terça-feira, 13 de outubro de 2020

14 crianças menores de 6 anos foram assassinadas no Ceará em 2020; número é o maior desde 2010

Coordenador de comitê com estudo sobre a violência afirma que período de quarentena agravou a exclusão social e a violência que crianças de periferia sofrem no estado.

Por G1 CE

 

Número de assassinato de crianças em 2020 é o maior em dez anos

 

 

Atingidas por balas e feridas por arma branca. No Ceará, esse ano, 14 crianças que sequer tinham chegado aos 6 anos de idade e foram assassinadas. Elas foram vítimas precoces da violência em 2020, ano no qual mais crianças nessa faixa etária foram assassinadas desde 2010. Os dados são de um levantamento do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, da Assembleia Legislativa do Ceará.

 

Dentre as vítimas, duas tinham apenas 5 anos. Em três situações, as crianças sequer tinha 12 meses de vida.

 

Das 14 vítimas, nove foram atingidas por disparo de arma de fogo. Uma menina de 5 anos foi agredida com arma branca. Duas outras meninas e dois meninos foram mortos com uso de outros meios não informados, segundo aponta o levantamento que considera os registros da Secretaria da Segurança.

 

Fonte: Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência

 

Além de Fortaleza, os homicídios aconteceram em oito cidades diferentes. Seis crianças foram mortas em Fortaleza, as outras em Beberibe, Caucaia, Granja, Guaiúba, Itarema, Maracanaú, Russas e Tauá.

 

O coordenador da equipe técnica do Comitê de Prevenção e Combate à Violência, Thiago de Holanda, reforça que é com tristeza e indignação que o Comitê lança esses dados.

 

"Isso mostra que essas crianças estão vivendo em situação de vulnerabilidade, nessas comunidades, e mostra que essa vulnerabilidade pode ter se agravado neste período de isolamento, onde as crianças não estão indo para a escola e escola é um lugar de proteção. Estão mais expostas ao domínio de grupos armados nos territórios, confronto com a polícia. Tanto crianças, como mulheres e idosos."

Armas de fogo e exclusão social

No estudo, o Comitê aponta que as mortes são consequências extremas de um conjunto de fatores, dentre eles: "a grande circulação de armas de fogo, sobretudo em áreas urbanas marcadas pela extrema pobreza e exclusão social, uma realidade que tem se expandido para cidades de médio e pequeno porte e também chegado às zonas rurais".

 

Por conta do domínio dos territórios por grupos armados, diz o documento. A levantamento evidencia ainda que "crianças vivem um cotidiano de medo, terror e morte, que se aprofunda com a presença ostensiva, e muitas vezes truculenta, das forças policiais".

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