Os três envolvidos na tentativa de assassinato do auditor
fiscal da Receita Federal foram julgados. Somados, os três foram condenados a
mais de 45 anos de prisão.
O Conselho de Sentença da 32ª Vara da Justiça Federal no
Ceará condenou Alex Nogueira Pinto a 14 anos de prisão nesta terça-feira (3).
Ele é o último acusado de participar do atentado contra o auditor fiscal da
Receita Federal José de Jesus Ferreira. O crime ocorreu no dia 9 de dezembro de
2008, na Rua José Lino, no Bairro da Varjota, em Fortaleza. A sessão, que durou
cerca de 10 horas, foi presidida pelo juiz federal substituto, Danilo Dias.
Após o julgamento, foi expedido o mandado de prisão e o réu saiu preso da
sessão.
Em maio de 2015, Mairon Silva de Lima, outro acusado de
também participar do atentado contra o auditor fiscal foi condenado a 11 anos e
oito meses de prisão. O julgamento durou mais de oito horas e acusado confessou
ter participado do crime. Mairon Silva de Lima e Alex Nogueira Pinto, em uma
motocicleta, abordaram o auditor e disopararam vários tiros contra ele.
Mandante do crime, o iraniano Farhad Marvizi também já foi condenado.
Mandante
Em outubro de 2012, o acusado de ser o mandante do atentado
contra o auditor fiscal foi condenado a 20 anos de reclusão. O conselho de
sentença considerou o iraniano Farhad Marvizi, o "Tony, de 55 anos,
culpado por tentativa de homicídio qualificado.
Farhad Marvizi já cumpre pena na Penitenciária Federal de
Segurança Máxima em Mossoró (RN). Em agosto de 2011, o iraniano foi condenado a
128 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de evasão de divisas e
lavagem de dinheiro no Ceará. Sua mulher, Sandra Almeida do Nascimento, também
foi condenada a sete anos e oito meses de prisão, cumpridos em regime semiaberto.
Acusações
Farhad Marvizi é acusado de mandar matar pelo menos 11
pessoas em Fortaleza. Além da tentativa de homicídio contra o auditor fiscal,
Farhad Marvizi tem seu nome citado em pelo menos 17 investigações por
diferentes crimes, como assassinatos, evasão de divisas, contrabando, sonegação
fiscal, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito.
Uma das execuções teve como vítima o comerciante Carlos José
Medeiros Magalhães e a mulher dele, Maria Elisabeth Almeida Bezerra. Os dois
foram mortos em de agosto de 2010, quando a residência do casal, no Bairro
Conjunto Esperança, foi invadida por criminosos, supostamente a mando de
Marvizi. O empresário Francisco Francélio Holanda Filho também teria sido
eliminado por fazer concorrência ao iraniano no mercado de venda de celulares e
acessórios de telefonia móvel.
O crime
Na manhã do dia 9 de dezembro de 2008, o auditor fiscal foi
atingido com vários tiros de pistola, enquanto dirigia à caminho de casa, no
cruzamento das Ruas Meruoca e José Lino, no Bairro Varjota, em Fortaleza. Dois
homens armados, em uma motocicleta, efetuaram vários disparos de pistola contra
o auditor, que sobreviveu. Cinco tiros atingiram o rosto de José de Jesus
Ferreira.
Na época do crime, o auditor José de Jesus Ferreira atuava
como chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita
Federal, na 3ª Região Fiscal e investigava um esquema criminoso chefiado pelo
iraniano Farhad Marvizi.
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