Avaliação Nacional de Alfabetização tem dados referentes a
2016 e contempla alunos de oito anos do 3º ano do ensino fundamental.
Por G1 CE
Apresentação de dados ANA 2016 nesta quarta-feira em
Brasília (Foto: MEC/Divulgação)
O Ceará é o estado do Nordeste com melhor desempenho em
leitura, escrita e matemática, conforme a Avaliação Nacional da Alfabetização
(ANA), divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Ministério da Educação (MEC). Os
dados, de 2016, do ministério mostram também que o índice cearense nos três
quesitos supera a média nacional.
Apesar de superar os dados da região e do país, o Ceará tem
45% dos alunos com nível insuficiente em leitura (no Nordeste esse índice é de
69%); 25% dos alunos com nível insuficiente em escrita (48% no Nordeste); e 48%
de insuficiência em matemática (67% na região). No país, o nível insuficiente
atinge 55% dos estudantes em leitura, e 51% nos outros dois quesitos, conforme
o MEC.
O estudo classifica o nível de aprendizagem em quatro
níveis, de 1 a 4. Estudantes com nível de aprendizagem 1 ou 2, estão incluídos
na categoria de crianças com nível "insuficiente" de conhecimento em
leitura, escrita e matemática. Já os alunos que atingiram nível 3 ou 4 são
considerados estudantes com nível "suficiente" de aprendizagem.
Os dados contemplam alunos de 8 anos de idade que cursam o
3º ano do ensino fundamental. As crianças com nível insuficiente têm
dificuldade de reconhecer figuras geométricas, o valor monetário de uma cédula
e contar objetos, por exemplo. Apresenta também dificuldade para ler palavras
com mais de uma sílaba e para identificar o assunto de um texto mesmo estando
no título.
Presente em Brasília durante a apresentação dos dados, o
governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que eliminar o analfabetismo é
fundamental para desenvolvimento "mais justo". "Nós sabemos que
para se construir um país mais justo, não há outra maneira que não seja o
fortalecimento da educação. O Brasil não pode avançar sem resolver o problema
da alfabetização”, disse.
O secretário de Educação do Ceará e presidente do Conselho
Nacional de Secretários de Educação (Consed), Idilvan Alencar, defendeu a
alfabetização das crianças no segundo ano, aos sete anos. "Essa questão de
alfabetizar na idade certa é ponto fundamental do PNAIC. Condenar as nossas
crianças a serem alfabetizadas até os nove anos de idade não existe”, alertou
Alencar. "Nó Ceará, nós nunca abrimos mão da alfabetização no segundo ano,
aos sete anos", finalizou.
O MEC anunciou a criação de uma Política Nacional de
Alfabetização para melhorar os índices da ANA. Um das ações vai permitir a
contratação professores assistentes para atuar junto com os docentes titulares,
dentro das salas de aula de 1º e 2º anos do ensino fundamental, no apoio de
projetos de alfabetização. Esse “apoiador” vai atuar 5h horas por semana da
forma em que redes de ensino e escolas definirem. Nas unidades consideradas
mais “vulneráveis”, de acordo com o governo, esses professores assistentes ficarão
10h por semana.
"Este professor assistente pode até ser um professor da
rede. Ele receberá um tipo uma bolsa para desenvolver essa atividade e apoiar o
trabalho do professor regente. Pode ser também um professor que não esteja na
rede, pode ser um aluno concluinte que faça a residência pedagógica, por
exemplo. Não é o MEC que vai resolver", afirma a secretária Maria Helena
Guimarães.
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