Argumento consiste no fato de que o presidente teria
cometido crime de responsabilidade no caso que resultou na saída do governo dos
ministros Marcelo Calero (Cultura) e Geddel Vieira Lima (Governo) ( Foto: AFP )
O PSOL protocolou, na tarde desta segunda-feira (28), na
Câmara dos Deputados, um pedido de impeachment contra Michel Temer sob o
argumento de que o presidente cometeu crime de responsabilidade no caso que
resultou na saída do governo dos ministros Marcelo Calero (Cultura) e Geddel
Vieira Lima (Governo).
As chances atuais de o pedido prosperar, entretanto, são
mínimas, já que Temer reúne uma grande base de apoio, incluindo o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), responsável por decidir monocraticamente se o
caso terá sequência ou será arquivado.
Maia, inclusive, participou neste domingo de entrevista
coletiva em que Temer negou ter agido em benefício de Geddel no episódio da
liberação de um empreendimento imobiliário na Bahia.
O ex-ministro, que comprou um imóvel no prédio e tem relação
com os responsáveis pelo empreendimento, levou o caso para o governo, já que o
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) nacional, subordinado à
Cultura, havia embargado a obra. Calero deixou o governo afirmando que sofreu
pressão para mudar o parecer técnico.
Apesar da pouca possibilidade de êxito, coube ao PSOL, ao
lado da Rede, apresentar o pedido de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em
2015, também em uma época em que pareciam remotas as chances de o então
presidente da Câmara perder o mandato devido a suspeitas de envolvimento do
petrolão.
"Um motivo particular, um apartamento de luxo em
Salvador, vira um problema político de todo o governo. O presidente da
República assumiu o risco de advogar em prol de seu então ministro, uma causa
privada de Geddel Vieira Lima. Nesse sentido ele [Temer] quebra o decoro do
cargo de presidente da República", disse o líder do PSOL, Ivan Valente
(SP).
Outros pedidos
Na tarde desta segunda, PT e PCdoB também apresentarão à
Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra Temer.
As duas siglas afirmam que se reunirão com juristas para
definir "outras ações" contra o presidente da República, entre elas
um pedido de impeachment. Eles não deixaram claro se podem apresentar outro
pedido ou aderirem à iniciativa do PSOL.
por Folhapress
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