Dr. Cabeto ressaltou que diferente da orientação inicial,
trato precoce do paciente melhora condições clínicas.
Por Felipe Mesquita e Jéssica Welma, G1 CE
Um dia antes de o Ceará completar seis meses da pandemia de
Covid-19, o secretário estadual da Saúde, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto,
fez um balanço das ações voltadas ao enfrentamento do novo coronavírus. Em
entrevista coletiva nesta segunda-feira (14), ele afirmou que a "forma de
comunicação inicial", ainda no mês de março, quando foram confirmados os
primeiros infectados, poderia ter sido mais assertiva.
Isso porque, à época, o titular da Sesa orientava que apenas
pessoas do grupo de risco ou aquelas que apresentassem sintomas graves da
doença deveriam procurar uma unidade hospitalar. Já os pacientes gripados,
assintomáticos e os não-graves poderiam permanecer em casa.
Atualmente, contudo, Dr. Cabeto julga essa recomendação como
um erro ocorrido não só no Ceará, mas em escala global, incluindo a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos
Estados Unidos.
"Eu acho que o mundo inteiro pautou uma coisa chamada
'não vá ao hospital, espere ter falta de ar', e a gente viu no decorrer da
evolução, acho que o mundo errou, o CDC errou, a OMS errou. É preciso que se
diga claramente", aponta.
Dr Cabeto revela detalhes do trabalho de combate ao
coronavírus
Assistência
O secretário justificou que ao longo da pandemia, "o
atendimento precoce provou ser eficaz no melhoramento da condição clínica do
paciente".
"A gente viu que quando esse doente chega mais precoce,
você melhora a qualidade da estratificação do risco, melhora o resultado do
tratamento. Acho que essa forma de comunicar poderia ter sido melhor",
alega.
Por outro lado, o médico mencionou as estratégias com
repercussão positiva adotadas pela pasta, a começar pela reclusão domiciliar
determinada por decreto estadual logo após os primeiros casos positivos para o
SARS-Cov-2.
"Fazer um isolamento muito precoce. Acho que não dá
dúvida que muitas vidas foram poupadas. Segundo, nos prepararmos para essa
pandemia estruturando o estado da maneira adequada. A outra coisa fundamental
foi a harmonia entre os poderes, foi de bom senso construir um comitê de
governança da crise".
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