Ministério do Meio Ambiente informou nesta terça (24) que
substância coletada e analisada em cinco estados é hidrocarboneto, derivado do
petróleo. Órgãos de defesa do meio ambiente buscam identificar origem do
material.
Por Marina Meireles*, G1 PE
O surgimento de manchas escuras tem surpreendido banhistas
em pelo menos 39 praias do Nordeste (veja a lista ao final da reportagem).
Desde o início de setembro, a substância é vista em oito dos nove estados da
região. Ao menos seis animais, entre tartarugas e aves marinhas, foram afetados
pelo material.
Em praias de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio
Grande do Norte, a substância foi identificada pelo Ministério do Meio Ambiente
(MMA) como hidrocarboneto, derivado do petróleo. Como as análises ainda estão
em andamento, não é possível saber a origem da substância.
O G1 questionou se o Ministério vai monitorar as praias do
Piauí, Maranhão e Sergipe, onde banhistas também relataram ter visto uma
substância oleosa e escura na areia, e aguarda retorno.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), equipes da instituição têm atuado na
coleta e na análise do material para identificar como ocorreu e quem é o
responsável pelo descarte. A prática é considerada crime ambiental, com multa
que varia de R$ 50 a R$ 50 milhões.
Em nota, a Marinha do Brasil afirma que, ao ter conhecimento
do aparecimento das manchas, "em suas respectivas áreas de jurisdição, as
Capitanias dos Portos deslocaram equipes de Inspeção Naval aos locais e
constataram a concentração de uma substância de cor preta na areia das
praias".
Ainda no texto, a Marinha diz que "foram enviadas para
análise do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), no Rio
de Janeiro, amostras das manchas que foram localizadas, em praias dos estados
de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba" e
"apenas após a conclusão de todas as análises, pelo IEAPM, será possível
estabelecer qual a substância recolhida".
Em Pernambuco, um dos primeiros estados a registrar o
aparecimento das manchas, a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) atua em
conjunto com o Ibama, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Capitania dos
Portos para investigar se a substância foi descartada por alguma embarcação.
“Nosso próximo passo é fazer uma reunião com órgãos
estaduais de meio ambiente de outros estados para tentar identificar a origem
desse descarte”, afirma o diretor de controle de fontes poluidoras da CPRH,
Eduardo Elvino.
"O material está sendo coletado e os resultados estão
sendo compilados. As prefeituras dos municípios em que as manchas apareceram
também estão sendo orientadas em relação a como descartar o material",
afirma a coordenadora técnica do Ibama em Pernambuco, Lisânia Pedrosa.
Por recomendação do MMA, banhistas e pescadores não devem
ter contato com o material. Caso banhistas identifiquem a substância no mar ou
nas praias, é preciso informar à prefeitura para que o óleo seja recolhido e
tenha o destino adequado.
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