Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Ceará caiu de 11,7%
no segundo trimestre de 2018 para 10,9% em igual período deste ano.
Por Ingrid Coelho
Diante de uma economia aquém do esperado pelo mercado no
início deste ano, 358 mil pessoas desistiram de procurar emprego no Ceará no
segundo trimestre deste ano, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira
(15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento revela que 10 mil pessoas deixaram essa
estatística quando o número é comparado ao total de 368 mil desalentados em
igual período de 2018. Os desalentados representam a fatia da população que não
trabalha e que não está procurando emprego por desistência ou por alguma outra
razão, por exemplo, por ter que cuidar de uma criança ou de um idoso.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no Ceará caiu de 11,7%
no segundo trimestre de 2018 para 10,9% em igual período deste ano. Em números
absolutos, são cerca de 23 mil pessoas a menos na fila do desemprego no Estado
(472 mil no segundo trimestre de 2018 contra 449 mil em igual período de 2019).
O analista de mercado de trabalho do Instituto de
Desenvolvimento do Trabalho Mardônio Costa considera que o mercado de trabalho
ainda está "anêmico", mas as expectativas para o segundo semestre são
positivas. Além da sazonalidade do período, ele avalia que a aprovação de
reformas deve estimular o setor privado a alavancar os investimentos.
"O segundo semestre tende a ser melhor que o primeiro,
porque há um reaquecimento da atividade econômica. Nós passamos o primeiro
semestre com um nível de incerteza muito grande, com um novo governo e novas
diretrizes. Toda essa incerteza política impactou desfavoravelmente o mercado,
mas temos sinalizações positivas como a aprovação da Previdência e a tramitação
da reforma tributária e a MP da Liberdade Econômica", diz. "Isso
anima um pouco os agentes econômicos", reforça Mardônio Costa.
Subocupação
A Pnad Contínua revela ainda que 409 mil pessoas no Estado
estão na condição de subocupação, que é quando o empregado trabalha menos horas
semanalmente do que poderia ou gostaria. O número cresceu em relação ao segundo
trimestre do ano passado, quando 338 mil pessoas no Estado estavam subocupadas.
Para o analista de mercado de trabalho do IDT, indicadores
como o desalento e subocupação devem ser levados em consideração tanto quanto a
taxa de desemprego em geral. "Eu qualifico como uma situação muito mais
séria, mais grave. No Ceará, o número de desalentados está se aproximando cada
vez mais do número de desempregados. Isso funciona como um alerta de que o
indicador de desemprego não é suficiente para explicar o mercado de
trabalho", arremata Mardônio Costa.
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