Muitas pessoas se comportam da forma que imaginam que
agradará a todos.
Esta metáfora nos fala da impossibilidade de realizar este
objetivo e sobre a necessidade de confiarmos em nosso julgamento interno.
Em pleno calor do dia um pai andava pelas poeirentas ruas de
Keshan junto com seu filho e um jumento.
O pai estava sentado no animal, enquanto o filho o conduzia,
puxando a montaria com uma corda.
-Pobre criança, exclamou um passante, suas perninhas curtas
precisam esforçar-se para não ficar para trás do jumento.
Como pode aquele homem ficar ali sentado tão calmamente sobre
a montaria, ao ver que o menino está virando um farrapo de tanto correr.
O pai tomou a sério esta observação, desmontou do jumento na
esquina seguinte e colocou o rapaz sobre a sela.
Porém não passou muito tempo até que outro passante erguesse
a voz para dizer:
Que desgraça. O pequeno fedelho lá vai sentado como um
sultão, enquanto seu velho pai corre ao lado.
Esse comentário muito magoou o rapaz, e ele pediu ao pai que
montasse também no burro, às suas costas.
Já se viu coisa como essa, resmungou uma mulher usando véu.
Tamanha crueldade para com os animais.
O lombo do pobre jumento está vergado, e aquele velho que
para nada serve e seu filho abancaram-se como seu o animal fosse um divã.
Pobre criatura.Os dois alvos dessa amarga crítica entreolharam-se
e, sem dizer palavra, desmontaram.
Entretanto mal tinham andado alguns passos quando outro
estranho fez troça deles ao dizer:
Graças a Deus que eu não sou tão bobo assim.
Por que vocês dois conduzem esse jumento se ele não lhes
presta serviço algum, se ele nem mesmo serve de montaria para um de vocês?
O pai colocou um punhado de palha na boca do jumento e pôs a
mão sobre o ombro do filho.
-Independente do que fazemos, disse, sempre há alguém que
discorda de nossa ação.
Acho que nós mesmos precisamos determinar o que é correto.
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