Novo levantamento feito pelo G1 mostra o andamento dos
inquéritos. São 123 casos no Ceará; ao todo, no Brasil, são 1.195.
Mais de 1.000 pessoas foram mortas no país em uma única
semana (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Dois meses e meio depois, 91,06% do total de casos de morte
violenta ocorridos entre 21 e 27 de agosto no Ceará continuam em aberto e
apenas 8,94% registram alguma prisão. Se forem excluídos os crimes em que não
foi possível obter o status ou sobre os quais a polícia não repassou
informações, o índice de casos em andamento é de 88,04% (e o de prisões,
11,96%). Os dados são resultado do acompanhamento de 123 homicídios registrados
no estado no Monitor da Violência.
No Brasil, 761 (64%) dos 1.195 casos continuam em andamento.
Com a exclusão dos casos sobre os quais não há informação (181), o percentual
de casos em aberto sobe para 75%.
O G1 registrou, no período de 21 a 27 de agosto, todas as
mortes violentas ocorridas no Brasil. Agora, acompanha todos esses casos. O
trabalho é resultado de uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência
(NEV) da USP e com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com uma série de
iniciativas que envolvem reportagem e análise de dados, o projeto se chama
Monitor da Violência.
PÁGINA ESPECIAL: quem são as vítimas e o andamento dos casos
CARTÓRIO DA IMPUNIDADE: diretores do FBSP analisam
SEM INVESTIGAÇÃO, GRUPOS ARMADOS SE FORTALECEM: o que diz
pesquisador do NEV
Presos
Foram 22 pessoas no Ceará presas por participação em 11
destes casos. Nos outros 81 casos em que foi possível chegar ao status das
investigações não houve nenhuma prisão. Um homem preso pela morte de Francisco
Hélio da Silva Sousa, que ocorreu em 22 de agosto, respondia por 11 homicídios,
cinco deles em uma chacina na cidade de Horizonte em 12 de junho deste ano. O
asssassino foi envenenado e morto na cadeia de Caucaia. Em outro caso do Ceará,
dois presos pela morte de Michael Pereira da Silva, em Horizonte (inquérito
474/2017), fugiram e um deles acabou novamente na prisão porque foi apanhado em
outro crime e voltou para cadeia da cidade de Pacajus, de onde havia escapado.
Não identificados
Em Fortaleza, inquéritos para apurar as mortes de duas
pessoas foram instaurados, mas as vítimas ainda não foram identificadas dois
meses e meio depois dos crimes. Um deles é um homem morto a tiros em 24 de
agosto na Avenida Francisco Sá, no Bairro Jacarecanga. O outro foi encontrado
morto no entorno da lagoa do Mondubim junto com o corpo de João Paulo de Lima
Caetano. A polícia ainda não descobriu quem são os assassinos.
Maria do Socorro Pereira estava em um bar e foi morta por
assaltantes (Foto: Reprodução) Maria do Socorro Pereira estava em um bar e foi
morta por assaltantes (Foto: Reprodução)
Maria do Socorro Pereira estava em um bar e foi morta por
assaltantes (Foto: Reprodução)
Caso sem solução
Uma tentativa de assalto em um bar em 27 de agosto resultou
na morte de Maria do Socorro Pereira, e deixou um policial militar baleado, na
Rua Acapulco, no Parque Potira, Caucaia. Ela assistia à transmissão de uma luta
na TV no estabelecimento. A polícia tem suspeitos mas não chegou ao autor ou
autores dos crimes. O inquérito de número 322-1787/2017 está no 18º Distrito
Policial.
Policial morto
Vídeo mostra tentativa assalto que terminou com policial
baleado em Fortaleza
Imagens do circuito interno de segurança de uma residência
revelam o latrocínio do policial Edvaldo José Santana Flexa, 42, em 25 de
agosto de 2017. O caso é referente ao inquérito 322-1799/ 2017. As
investigações do crime estão em andamento e uma pessoa foi indiciada, mas não
houve prisões.
No vídeo, é possível ver o momento em que dois homens em uma
moto abordam o policial, por volta das 15h57 do dia 25 de agosto. Um dos
suspeitos armado aborda o policial, que reage, tenta segurar as duas mãos do
assaltante e leva um tiro no peito esquerdo. Os dois suspeitos fogem, um na
moto, o outro a pé.
O policial militar não resistiu ao tiro. Ele chegou a ser
levado para o Instituto Dr. José Frota (IJF), onde recebeu atendimento médico,
mas morreu no hospital.
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