Secretário André Costa comentou, em rede social,
possibilidade de o Conselho Estadual de Segurança Pública pedir intervenção
federal no Estado.
Por Verônica Prado, G1 CE
A possibilidade de o Conselho Estadual de Segurança Pública
do Ceará pedir intervenção federal para coibir a violência no estado foi
comentada pelo secretário de Segurança André Costa, neste domingo (14), em
postagem em uma rede social.
“Precisamos sim de uma intervenção federal não só no Ceará,
mas em todos os estados do País na área de segurança pública. Não o Governo
Federal assumindo o papel dos estados mas, sim, assumindo o seu papel
constitucional”, disse o secretário.
"Não há soluções mágicas ou mirabolantes. É um processo
gradual que precisa ser feito a muitas mãos”, afirma André Costa
Na postagem, o secretário André Costa lista uma série de
medidas que deveriam ser tomadas pelo Governo Federal para coibir a onda de
violência presente em todo o país. Entre as “sugestões” do secretário ao
Governo Federal estão:
Ter um Plano Nacional de Segurança Pública, inclusive
prevendo fontes de custeio e investimento para a segurança nos estados, a
exemplo do que existe para a Educação e a Saúde;
Cuidar das fronteiras secas e molhadas, investindo mais nas
Forças Armadas e na Polícia Federal;
Investir na Polícia Federal e nas Polícias Civis para que
estas possam combater as facções criminosas que atuam em todos os estados do
País;
Investir na Polícia Rodoviária Federal (PRF) para evitar que
as drogas e armas que passam pelas fronteiras cheguem ao Ceará e aos demais
estados, pois quase tudo vem por via terrestre;
Cobrar a participação de empresas em áreas que resolverão,
em definitivo, problemas de segurança pública como, por exermplo, empresas de
telefonia bloqueando sinais de celulares em presídios de todo o País e bancos
obrigados a instalação de dispositivos que destruam cédulas sde caixas
eletrônicos em caso de violação.
“Precisamos dessa intervenção. O debate da questão da
segurança precisa ser feito com responsabilidade, seriedade e transparência.
Não há soluções mágicas ou mirabolantes. É um processo gradual que precisa ser
feito a muitas mãos”, conclui André Costa.
Aumento na violência
Números apresentados pela Secretaria da Segurança Pública do
Estado apontam 5.134 homicídios no Ceará, o que tornou 2017 o ano mais violento
já registrado. A quantidade de mortes cresceu 50,7% em relação a 2016. O início
de 2018 também começou com alto índice de violência, com 200 assassinatos
registrados nos 11 primeiros dias do ano. Isso representa uma média de 18 casos
por dia.
De acordo com o secretário André Costa, o crescimento está
relacionado a regiões onde existe a interferência de grupos criminosos. "O
aumento dos homicídios tem sido resultado dessas disputas de facções
criminosas". Para ele, o estado sozinho não pode dar conta do problema.
"Precisamos que o Governo Federal cumpra seu papel de financiar a
segurança pública do governo do estado. Até agora, o investimento é feito todo
praticamente com recursos próprios", alegou.
A decisão por uma intervenção federal poderia repercutir no
afastamento de Camilo Santana do cargo de governador, de acordo com o advogado
Leandro Vasques, presidente do Conselho "O conselho buscou uma solução
mais serena, mais prudente, que foi oportunizar ao secretário da Segurança,
André Costa, vir ao conselho e apresentar efetivamente qual é o Plano de
Segurança Pública para o estado do Ceará no ano de 2018", coloca.
Para o presidente do Conselho, o documento que foi
apresentado em 1º de dezembro do ano passado não pode ser considerado um Plano
de Segurança. "Na minha leitura, aquilo não representa absolutamente um
plano de governo com relação à segurança pública. Até porque não enfrenta a questão
da perícia forense, da falência do sistema prisional, nem da tecnologia
forense, que tem que ser adotada no sistema de segurança do estado do
Ceará", diz Vasques.
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