A águia
empurra gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração maternal
se acelera com as emoções conflitantes, ao mesmo tempo em que ela sente a
resistência dos filhotes aos seus persistentes cutucões.
"Por
que a emoção de voar tem que começar com o medo de cair?", ela pensou.
Esta questão secular ainda não estava respondida para ela...
Como manda a
tradição da espécie, o ninho estava localizado bem no alto de um pico rochoso,
nas fendas protetoras de um dos lados dessa rocha. Abaixo dele, somente o
abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. "E se justamente agora
isto não funcionar?", ela pensou.
Apesar do
medo, a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão maternal estava
prestes a se completar. Restava ainda uma tarefa final: o empurrão. A águia
tomou-se da coragem que vinha de sua sabedoria interior. Enquanto os filhotes
não descobrirem suas asas, não haverá propósito para suas vidas.
Enquanto
eles não aprenderem a voar, não compreenderão o privilégio que é nascer uma
águia. O empurrão era o maior presente que ela podia oferecer-lhes. Era seu
supremo ato de amor. E então, um a um, ela os precipitou para o abismo...
E eles
voaram!
Texto
extraído do livro de Tom Chung
www.rivalcir.com.br
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