quinta-feira, 16 de abril de 2020

Ceará envia 35 respiradores com defeitos para manutenção


Profissionais da engenharia do IFCE e do Senai-CE montaram Central de Manutenção em Fortaleza, por solicitação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Por João Lima Neto, G1 CE

Em meio a necessidade de ventiladores pulmonares para pacientes diagnosticados com Covid-19, profissionais do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Ceará) consertam aparelhos “encostados" nas unidades hospitalares do Ceará, em uma Central de Manutenção.

A central de manutenção de ventiladores mecânicos, instalada na última quinta-feira (2) em um prédio do Senai-CE, no bairro Jacarecanga, já recebeu 35 aparelhos em fase de reparo. Destes, 13 estão sendo validados para retorno por um engenheiro hospitalar e profissionais da fisioterapia que realizam simulações. Os respiradores enviados pelas unidades hospitalares são oriundos de Caucaia, Baturité, Iguatu, Itapipoca e Quixadá, e estão sendo avaliados por uma equipe de especialistas, montada exclusivamente para viabilizar os consertos.

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) procura, por meio de ligações aos hospitais do Estado, os equipamentos que estão com problemas. No rastreamento, a Pasta analisa o que pode ou não retornar a uso.

Consertos
O dia a dia dos profissionais envolve desmontagem e montagem dos equipamentos, identificação dos defeitos, troca de peças e testes de qualidade.  — Foto: Divulgação/ SenaiO dia a dia dos profissionais envolve desmontagem e montagem dos equipamentos, identificação dos defeitos, troca de peças e testes de qualidade.  — Foto: Divulgação/ Senai
O dia a dia dos profissionais envolve desmontagem e montagem dos equipamentos, identificação dos defeitos, troca de peças e testes de qualidade. — Foto: Divulgação/ Senai


Em uma sala montada no Senai Jacarecanga, os professores do IFCE Heldenir Pinheiro (campus de Fortaleza) e Luiz Daniel Bezerra (campus de Maracanaú) atuam juntos no reparo dos aparelhos. O primeiro realiza a correção de defeitos na área de pneumática e mecânica, e o segundo na área da eletrônica.

Desde o dia 2 de abril, o dia a dia deles envolve a desmontagem e a montagem dos equipamentos, identificação dos defeitos, troca de peças e testes de qualidade.

“Esse processo passa por algumas etapas, pois são vidas humanas que dependem deles. Não é tão simples. Restauramos 13 equipamentos. Alguns, apesar do restauro da parte eletrônica e pneumática, precisam ser ‘recertificados’. Precisam passar por engenheiro da área e por fisioterapeutas que vão simular os processos de uso nos pacientes. Existem protocolos para reabilitar o uso dentro dos hospitais”, detalha o professor Heldenir Pinheiro.

Reparos
Três salas de aulas do Senai-CE foram transformadas para receber a equipe de manutenção. Em parceria com a Sesa, a central conta com a dedicação de 12 colaboradores do Senai Ceará, profissionais do IFCE e voluntários das áreas de eletroeletrônica, mecatrônica e tecnologia da informação. A ação é financiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), graças a uma articulação da diretoria da FIEC.

A central conta com salas de aula isoladas e higienizadas, e cada uma delas contempla uma área de trabalho. A primeira é voltada à triagem e ao diagnóstico primário dos aparelhos; a segunda abriga a manutenção propriamente dita; e a terceira, chamada de sala de testes, destina-se à verificação e certificação dos respiradores. Nos ambientes, os profissionais trabalham com luvas, máscaras e aventais para evitar qualquer tipo de contaminação. A redistribuição fica por conta da Sesa, de acordo com as necessidades da rede.


Segundo os profissionais que estão atuando no reparo dos respiradores, os equipamentos enviados pela Sesa possuem diferentes marcas e modelos. Parte é nacional e alguns são importados. A média de uso de cada um deles é de 10 a 15 anos. Alguns são novos, mas devido ao uso diário, ficou desgastado. Entre os reparos estão limpeza de peça, instalação de novos circuitos e mudança de displays.

Casos
Em 24 horas, aumentou de 38 para 73 o número de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) relativas a casos confirmados de Covid-19 em Fortaleza. Os números, que se referem ao período entre 13 e 14 de abril, representam aumento de 92,1% no total de hospitalizações, de acordo com informações da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) de terça-feira (14).

Também passaram de 31 para 61 as internações com uso de ventilação mecânica, medida de auxílio respiratório aplicada em casos mais graves. O crescimento foi de 96,8%.

O número de internações por casos suspeitos da Covid-19 em Fortaleza também teve aumento, de acordo com os dados. Nas UTIs, passaram de 36 para 56, um acréscimo de 55,6%. Em relação a pacientes com ventilação mecânica, subiram de 29 para 46, incremento de 58,6%.


Em nível estadual, o número de internações em UTIs de casos confirmados e suspeitos cresceu de 113 para 169, no mesmo período, segundo a Sesa. Já na ventilação mecânica, subiu de 87 para 135. As taxas de aumento são de 49,6% e 55,2%, respectivamente.

A fonte de dados sobre as hospitalizações é o registro diário feito pelas equipes dos hospitais que têm casos da doença. Nesta terça, havia casos confirmados em internação hospitalar em cinco municípios: Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Caucaia e Quixeramobim.

Ainda segundo a Sesa, dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) internados por coronavírus, 54,9% são homens e 45,1% são mulheres. A maior parte está na faixa etária maior de 60 anos. Contudo, também estão hospitalizados quatro pacientes com menos de um ano de idade, um de até quatro anos e um entre 10 e 19 anos.

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