Uma funcionária sofria muitas vezes com o nervosismo do seu
chefe. Ao menor erro cometido, seu chefe se irritava e soltava altos brados
contra ela.
O temperamento da moça também não era fácil. Assim que ela
ouvia os gritos do chefe, ela berrava de volta e ambos acabavam sempre vivendo
dentro desse clima de tensão e raiva no trabalho. Por ser ela funcionária
pública efetiva, não podia ser demitida pelo chefe.
Certo dia, a moça se cansou de tudo isso, chorou muito e
desejou parar de viver esse inferno. Uma colega de trabalho, vendo seu
desespero, foi consolá-la. A moça disse:
- Não aguento mais viver assim. Ele sempre me ofende na
frente dos outros, e eu não aguento e acabo gritando de volta. Mas tudo isso
está me fazendo muito mal. Não sei mais o que fazer para não sofrer com isso.
- Posso te dar uma palavra sobre essa situação? Perguntou a
colega de trabalho.
- Sim, claro. Já cheguei ao meu limite e quero que isso
pare. – disse a moça.
- Meu avô me ensinava, desde a infância, o que ele chamava
de as “Cinco regras da raiva”. E essas cinco regras servem para quase todos os
casos parecidos com o seu.
- Cinco regras? Perguntou a moça. – Que regras seriam essas?
A colega respondeu: - Preste atenção, pois você pode levar
isso para toda a sua vida, assim como eu levei.
A primeira regra é bem simples e ela diz o seguinte: “A
RAIVA BLOQUEIA TEU RACIOCÍNIO".
Isso significa que os momentos em que explodimos de raiva
são os piores para se tomar decisões, posto que as fortes emoções restringem
nossa razão e nosso pensamento. Sempre que você fica com raiva e explode em
intenso fervor emocional, você pode fazer escolhas que depois farão você se
arrepender, e que podem até te prejudicar.
Muitas vezes, tomados que estamos pela fúria, escolhemos,
dizemos ou fazemos coisas que depois, na tranquilidade, pensamos “se estivesse
calmo, não faria aquilo”. A trajetória de uma vida inteira pode ser modificada
e destruída em apenas alguns minutos de ira.
A moça ouvia atentamente…
- A segunda regra diz o seguinte: “QUEM ESTÁ NERVOSO MUITAS
VEZES DESEJA QUE OUTROS FIQUEM COMO ELE".
Ou seja, todos aqueles que estão num estado de tensão,
nervosismo, e que vivem nas trevas da raiva e irritação compulsiva, desejam que
outras pessoas compartilhem do mesmo sentimento e descontrole. Quem está na
escuridão quer que todos estejam na escuridão, pois assim eles sentem que há
muitas pessoas como ele, e não se sentem tão mal, caso fossem os únicos.
Apagar a luz dos outros é a melhor maneira de não enxergar
sua própria escuridão. Em outras palavras, quem está na lama, quase sempre quer
trazer os outros para a lama, pois assim eles têm “companhia”. O raivoso deseja
ter alguém com quem compartilhar sua raiva, pois a raiva sozinha perde seu
“combustível”, e muito frequentemente se transforma em depressão.
Toda raiva não compartilhada com outros acaba tornando o
raivoso depressivo, com sentimentos de carência e vazio.
- E a terceira regra? Perguntou a moça, agora bem mais
interessada.
- A terceira regra é a seguinte: “NÃO DÊ PODER A QUEM NÃO
TEM".
Quando você se deixa levar pelos berros e deixa a raiva te
dominar, você está dando poder àquela pessoa e permitindo a ela te
desestabilizar. Mas esse poder de desorganização emocional é a própria pessoa
que confere ao outro.
No momento em que você para de dar poder a quem não tem
poder, você não mais se envolve pelas ofensas e agressões alheias, e passa a
ser mais neutro e menos vulnerável.
- A quarta regra diz algo muito importante: “A RAIVA
PREJUDICA A NÓS MESMOS, E NÃO AO OUTRO".
Há uma máxima de sabedoria que diz o seguinte: “Ficar com
raiva de outrem é o mesmo que tomar veneno e esperar que o outro morra”. O
maior prejudicado com os acessos de raiva ou com a raiva prolongada, somos nós
mesmos. A ira pode gerar doenças emocionais e até físicas, em casos extremos,
pode instalar quadros depressivos numa pessoa.
A raiva contida é ainda mais prejudicial, pois vai aos
poucos minando as nossas estruturas psicológicas. Portanto, tua raiva não
prejudica o outro, ela afeta, em primeiro lugar, o próprio raivoso.
- E por fim, a quinta regra também é simples, mas pode
parecer difícil de ser aplicada para algumas pessoas: “NÃO RESPONDA A UMA
OFENSA, APENAS SILENCIE".
Quando, por exemplo, algum parente está envolto pela ira e
começa a agredir a todos, a melhor resposta é o silêncio.
Por que o silêncio? Pois é apenas no silêncio que aquela
pessoa conseguirá ouvir a si mesma.
Ela passará a ouvir seus próprios gritos, suas ofensas, suas
agressões e terá a chance de se perceber, se sentir e se tocar do mal que está
emanando.
A quinta regra diz: apenas silencie e deixe a pessoa ouvir a
si mesma. No momento em que não correspondemos a raiva, a pessoa perde sua
energia, fica sozinha e passa a perceber a si mesma, e assim, ela pode
enxergar-se como é. Dessa forma, a chance dela se ver e procurar se modificar é
bem maior.
Após ouvir estas explicações, a moça sentiu uma grande
transformação interior, e não se deixou mais levar pela raiva.
Autor desconhecido.
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