Nove profissionais solicitaram desligamento da unidade.
Prefeitura alega que aguarda recursos do Ministério da Saúde para fazer
pagamentos.
Por Matheus Facundo, G1 CE
Nove médicos que atuavam na Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) de Juazeiro do Norte, na Região do Cariri cearense, pediram demissão e
não estão mais realizando atendimentos e consultas desde a última quarta-feira
(4). Eles alegam atrasos salarias. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos
Médicos do Ceará, que está no município para acompanhar o caso das demissões e
tentar negociar a situação.
De acordo com nota emitida pela Prefeitura de Juazeiro do
Norte, por meio da Secretaria da Saúde, a gestão municipal aguarda repasse
financeiro do Ministério da Saúde para realizar o pagamento ao Instituto Médico
de Gestão Integrada (Imegi), empresa que gere a UPA e administra os salários
dos profissionais. O G1 solicitou informações ao Ministério, mas não obteve
resposta até a publicação desta matéria.
Edmar Fernandes, presidente do Sindicato, afirmou que a
situação se repete há pelo menos sete anos. “Já são dois meses de atraso de
salário. Às vezes passa três. Nunca regulariza, sempre tem atraso e aí quando
os médicos viram que a Prefeitura não tinha intenção de regularizar a situação,
resolveram pedir demissão”, pontua.
As demandas dos médicos, conforme o sindicato, são “reajuste
salarial e a manutenção de um médico plantonista extra para completar a escala
de plantões com ocorrência de superlotação”.
A Secretaria de Saúde de Juazeiro afirmou que "está
dando o apoio necessário para que os serviços à população não sejam
prejudicados, inclusive com manutenção de plantonista extra no local".
O órgão também informou que as vagas de médicos plantonistas
que pediram desligamento serão preenchidas por meio da contratação de
substitutos. “Atendimentos estão acontecendo normalmente, com a escala do mês
de dezembro completa”, completa a nota. A Secretaria não especificou quantos
profissionais ainda estão atendendo na unidade.
Equipes sem médico
A Prefeitura de Juazeiro do Norte confirmou que 26 equipes
de Saúde da Família estão sem médicos, mas destacou que os postos de saúde não
pararam de funcionar e que estão contando com suporte de profissionais das
demais áreas.
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