Medida do Ministério da Saúde para abrir vacinação para todo
o público não é seguida no Ceará porque estado ainda não atingiu a meta de
vacinação de grupos prioritários.
O estudante Leirton Silva chegou ao Posto de Saúde Professor
Clodoaldo Pinto, no Bairro Padre Andrade, em Fortaleza, nesta segunda (3) em
busca da vacina da gripe que, conforme recomendação do Ministério da Saúde,
estaria disponível para toda a população. Lá, foi informado que teria de voltar
para casa sem a dose.
"A funcionária foi muito rude, disse que não podia
vacinar, que era só pra prioridade. É um absurdo, essa vacina devia ser pra
todo mundo, porque é um direito nosso. Eu tenho muita alergia, sempre tomo
quando posso, mas tá difícil", lamenta.
Apesar do anúncio publicado pelo Órgão na última sexta-feira
(31), nem toda a população terá a oportunidade de se imunizar contra a gripe.
No Ceará, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza segue até o dia
14 de junho, com doses disponíveis apenas para os grupos prioritários, conforme
determinação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
“A minha filha tem problema de alergia, já chegou a ser
internada duas vezes. Eu esperei a consulta com o pediatra para pedir a vacina,
e ele indicou que ela se vacinasse, escreveu até na receita. Quando cheguei no
posto, disseram que ela não podia. Eu mostrei a receita, mas a funcionária
disse que ele só ‘indicou’ a vacina, o que não era suficiente. Tinha que ter
solicitado”, relata o professor Milton Maia.
A recusa aconteceu no Posto de Saúde Rebouças Macambira, no
bairro Jardim Guanabara. Por fazer parte do grupo de risco, Maia conseguiu se
vacinar, mas sua filha de 8 anos não teve a mesma sorte, uma vez que a
imunização só contempla crianças de até 6 anos de idade. “Isso é uma questão de
boa vontade. Se sobra vacina e eu procurei o pediatra, por que ela não pode ser
atendida?”, indaga.
Abaixo da meta
Mais de dois milhões de pessoas no Ceará foram vacinadas,
desde o dia 10 de abril até a manhã desta segunda-feira (3), representando 84%
da cobertura dos grupos com prioridade. A meta é alcançar 90%.
A recomendação do Ministério da Saúde, porém, foi enviada
aos estados e municípios, indicando que quem não faz parte do
público-prioritário da Campanha já poderia procurar a unidade de saúde mais
próxima para se vacinar. Segundo o Órgão, a medida evitará o desperdício de
doses nas localidades que não alcançarem a meta de imunização no público-alvo,
que continua sendo prioritário.
A escolha do público-alvo no Brasil segue recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS), e inclui crianças de 6 meses até menores de
6 anos, gestantes, idosos com 60 anos ou mais, mulheres com até 45 dias
pós-parto, doentes crônicos, trabalhadores da saúde, população indígena, adolescentes
e jovens sob medida socioeducativa, população carcerária e funcionários do
sistema prisional, professores de escolas públicas e particulares e
profissionais das forças de segurança e salvamento (policiais civis, militares,
bombeiros e membros ativos das Forças Armadas).
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