A construção do computador de bordo, que representa a
primeira fase do projeto, já foi concluída. A estrutura permite a comunicação
entre os sistemas internos do equipamento
Por G1 CE
Com lançamento previsto para o ano de 2021, o satélite para
análise e coleta de dados experimentais é o primeiro nanossatélite em
desenvolvimento nas regiões Norte e Nordeste. O equipamento está sendo
produzido no Laboratório de Engenharia de Sistemas de Computação (Lesc) da
Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe).
O satélite artificial, que pesa entre 1 e 10 quilogramas,
será destinado à obtenção de dados do semiárido nordestino, contribuindo para
informações relativas à previsão climática, umidade do solo e monitoramento de
mananciais.
“Uma vez com o satélite pronto, a gente busca o lançamento.
A gente vai contratar uma empresa para isso, que irá determinar a data. Aqui
nós não temos centro de lançamento, então deve acontecer fora do Brasil”,
explica o professor Jarbas Silveira, coordenador do projeto Sacode (sigla para
Satélite para Análise e Coleta de Dados Experimentais).
Áreas em foco
Além do coordenador, a equipe responsável pelo nanossatélite
é composta pelo professor João César Mota, do Departamento de Engenharia de
Teleinformática (Deti), e pelos estudantes Guilherme Alves, Leonel Maia, Madson
Holanda, Michelly Karen, Pedro Falcão, Rodrigo Lima, Felipe Gaspar, Gabriel da
Rocha e Gabriel das Neves.
“A gente está focando em duas áreas: o desenvolvimento de
experimentos voltados ao estudo de envelhecimento de circuitos integrados e
desenvolvimento de códigos de erros para aplicações espaciais. A outra área
seria desenvolvimento de experimentos de monitoração dos semiárido nordestino”,
detalha o coordenador.
A construção do computador de bordo, que representa a
primeira fase do projeto, já foi concluída. A estrutura permite a comunicação
entre os sistemas internos do nanossatélite, e foi elaborada a partir da
dissertação de mestrado do engenheiro David Mota, atualmente aluno de doutorado
em Engenharia de Teleinformática da UFC.
O software de bordo do projeto está sendo finalizado. Em seguida,
devem ser integrados os transponders — dispositivos de comunicação eletrônicos.
Só então será iniciado o desenvolvimento dos experimentos no Ceará. O projeto
também conta com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
e da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
A variação da altitude de órbita do nanossatélite vai de 400
a 800 quilômetros. O tempo de missão será de dois anos, período em que o
equipamento funcionará em plenas condições. Ele deverá permanecer em órbita,
porém, por mais seis anos, em que continuará trabalhando e enviando informações
ainda que danificado. O objeto deverá se desintegrar ao entrar em contato com a
atmosfera após um prazo estimado de 25 anos.
Uma vez que o lançamento seja bem-sucedido, de acordo com Jarbas
Silveira, a ideia é produzir outras unidades do mesmo tipo para que seja
formada uma constelação de satélites, o que aumentaria o processamento do
sistema, permitindo uma maior capacidade de análise por parte dos
nanossatélites.
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