Por G1 CE
Três cidades do Ceará estão entre as mais violentas do país,
aponta estudo
Em 10 anos – de 2005 a 2015 – a taxa de homicídios no Ceará
aumentou 122,8%. Ano a ano, a partir de 2005, o crescimento tem sido constante:
em 2005, a taxa estava em 21%, aumentou 0,8 ponto percentual no ano seguinte,
passando para 21,8%. Em 2014, o índice era de 52,3% e, só em 2015, a taxa
começa a baixar, quando foram registrados 46,7% de mortes para cada 100 mil
habitantes.
Os dados, que fazem parte de estudo divulgado nesta
segunda-feira (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram
que, em 2015, dos trinta municípios com mais de 30 mil habitantes mais
violentos do país, três estão no Ceará: Maracanaú, em 6ª posição no ranking
nacional; Fortaleza, em 13º lugar; e Caucaia, em 27ª posição no Brasil. Entre
as trinta cidades com maior taxa de homicídio em 2015, 18 são da Região
Nordeste.
O estudo mostra que o número de mortes em intervenções
policiais também tem crescido no Ceará. Considerando policiais em serviço, o
número subiu de 36 mortes, em 2014, para 60, em 2015. Já os casos de mortes
envolvendo policiais fora de serviço aumentou de três, em 2014, para 20 em
2015.
Em 2016, a tendência é de os números apresentem novo
crescimento em razão das mortes ocorridas na Chacina de Messejana, quando 11
pessoas morreram em ações registradas nos bairros Curió, Alagadiço Novo e São
Miguel, na Grande Messejana. Considerada a maior da história do Ceará a chacina
teria sido uma vingança pela morte de um soldado da Polícia Militar assassinado
horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto. Trinta e três dos
44 policiais investigados serão submetidos a júri popular.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS) afirma que o Ministério da Saúde, que forneceu os dados para a
pesquisa, "não é a instituição com competência legal para classificar a
natureza dos crimes".
"Diferentemente dos anos anteriores, os institutos
adicionaram à sua metodologia os dados de Mortes Violentas com Causa
Indeterminada (MVCI), que inclui ocorrências em que a causa da morte é desconhecida,
impossibilitando à autoridade policial classificar a natureza do fato",
afirma a secretaria.
Homicídios de jovens
O Ceará também apresentou crescimento de na taxa de
assassinatos de jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Nessa faixa etária,
foram 943 jovens assassinados em 2005, número que subiu para 2.450, em 2015, o
que representa crescimento de 159,8% em 10 anos. Por outro lado, de 2014 para
2015, houve uma redução significativa no índice: -13,5%, quando o número de
homicídios de jovens passou de 2.831 mortes em 2014, para 2.450, no ano
seguinte.
Conclusões
O estudo mostra que, em 2015, apenas 111 municípios (2,0% do
total de municípios) responderam por metade dos homicídios no Brasil, ao passo
que 10% dos municípios (557) concentraram 76,5% do total de mortes no país. A
justificativa, está concentrada, principalmente, nas taxas de escolaridade e de
desenvolvimento humano: os municípios com melhores taxas são aqueles que
apresentam menores índices de violência.
O Ipea também cita as diferenças nas condições do mercado de
trabalho, geração de renda, desempenho econômico e politicas púbicas como
fatores que explicam a disparidade dos índices de violência nas duas cidades.
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