Ceará vive onda de ataques coordenados por facções
criminosas. Bandos já utilizaram explosivo em pontes e em um viaduto na Grande
Fortaleza.
Por G1 CE
O Esquadrão Antibombas da Polícia Militar do Ceará apreendeu
nesta quarta-feira material explosivo na estação do Veículo Leve sobre Trilhos
(VLT) do Bairro Parangaba, em Fortaleza. Os policiais souberam da tentativa de
ataque por meio de denúncia anônima, comunicada a agentes da Força Nacional,
que atua em Fortaleza desde sábado (5).
Ceará vive uma onda de ataques desde quarta-feira (2),
quando chefes de facção presos ordenaram a sequência de crimes em represália à
ação do Governo do Estado de acabar com a divisão dos presos por facção nos
presídios. Os criminosos querem que o governo desista da medida. O secretário
da Segurança, André Costa, afirmou que o estado não "vai recuar um
milímetro".
De acordo com o governador do Ceará, Camilo Santana, chefes
de facções criminosas que estavam presos no Ceará foram transferidos para
presídios federais em outros estados. O governo federal já havia oferecido 60
vagas para receber criminosos do Ceará. "Já foram transferidos 21 presos e
nós já estamos trabalhando, inclusive, para realizar novas transferências de
presos para presídios federais", afirmou.
Entenda o que está acontecendo no Ceará
O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária
e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão
de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções
e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos
criminosos.
Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e
privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo
interior ao longo da semana.
O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da
Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas.
A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com
interrupções frequentes no transporte público, com a falta de coleta de lixo e
com o fechamento do comércio.
Motivação dos ataques
Governo do Ceará transfere mais de 20 presos suspeitos de
ordenar ataques no estado
Os atentados começaram após uma fala do novo titular da
Secretaria de Administração Penitenciária do estado, Luís Mauro Albuquerque,
que afirmou que iria acabar a entrada de celulares nos presídios e encerrar a
divisão de presos nas detenções conforme a facção criminosa a que pertencem.
O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa,
afirmou que a nomeação do novo gestor das unidades prisionais motivou o início
dos ataques. Em pichações em prédios públicos e residências, os criminosos
pedem a saída de Mauro Albuquerque. "A criminalidade já conhecia o
trabalho dele", afirmou André Costa.
Seremos 'duros' contra o crime
Governador do CE, Camilo Santana, diz que transferiu 21
presos após ataques
O governador do Ceará comunicou ainda que o estado "se
preparou para o onda criminosa" e garantiu que será "duro" com a
criminalidade dentro e fora dos presídios. O chefe do executivo comentou
durante a entrevista que o momento difícil que o estado passa, devido à série
de atentados, é "necessário" para garantir a segurança no futuro.
"Nós nos preparamos para este momento, não é à toa que
você não vê nenhum problema no sistema prisional do Ceará. Não há nenhuma
rebelião, e estamos transferindo presos, tirando a comunicação. A reação tem
sido toda aqui fora e temos colocado todas as Forças de Segurança para garantir
a segurança. São momentos duros, mas necessários para garantir, a médio e longo
prazo, um estado melhor, mais seguro, com menos violência para a população
cearense", comentou.
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